Dados do Trabalho
Título
BICITOPENIA POR HIPERESPLENISMO SECUNDÁRIO A ESQUISTOSSOMOSE: UM RELATO DE CASO
Fundamentação/Introdução
INTRODUÇÃO: Relaciona-se a forma hepatoesplênica da esquistossomose com manifestações clínicas e laboratoriais de hiperesplenismo dentre elas gerando graus variáveis de citopenia.
Objetivos
OBJETIVO: Relatar um caso de bicitopenia em pacientes com hiperesplenismo secundário a esquistossomose crônica na forma hepatoesplênica.
Descrição do caso
DESCRIÇÃO DO CASO: A metodologia utilizada para o relato de caso foi entrevista com paciente, e, para complementação dos dados, foi feito levantamento do prontuário médico e revisão bibliográfica. A.F.A., sexo feminino, 51 anos, natural de Ataléia, admitida em 04/08/2018 na Santa Casa de Belo Horizonte com quadro de múltiplas equimoses de surgimento espontâneo, gengivorragia, plaquetopenia e leucopenia. Ao exame apresentava abdome indolor, sem sinais de irritação peritoneal, baço palpável Boyd III, sem outras alterações. Ultrassonografia de abdome total evidenciou fígado com aspectos correspondentes a hepatopatia esquistossomótica, associada a sinais de hipertensão portal. Demais exames complementares demonstraram bicitopenia, função hepática normal, endoscopia digestiva alta com varizes esofagianas de pequeno calibre; corroborando, dessa forma, sinais de hiperesplenismo e hipertensão portal. Considerando a hipótese de esquistossomose crônica, foi realizada coleta para exame parasitológico das fezes, obtendo confirmação positiva. Optou-se por terapêutica com Praziquantel, que resultou em melhora gradual do quadro. Paciente recebeu alta em acompanhamento ambulatorial com a gastroenterologia. Devido à história epidemiológica, presença de hipertensão portal e hiperesplenismo sem outra etiologia aparente, concluímos que a fase crônica da doença deve sempre ser lembrada no processo de investigação da hipertensão portal ou hiperesplenismo, sobretudo diante da sua alta prevalência e das limitações que os exames complementares podem oferecer.
Conclusões/Considerações Finais
CONCLUSÃO:
Sabe-se que, na forma hepatoesplênica da esquistossomose, os processos hemorrágicos e infecciosos são responsáveis por um grande número de óbitos. O presente caso demonstra uma íntima associação entre esquistossomose hepatoesplênica e alterações hematológicas, as quais devem receber a devida atenção já que podem agravar o prognóstico desses pacientes. Reafirma-se, com a gravidade deste caso clínico, a necessidade de medidas de controle da doença e da atuação médica decisiva com diagnóstico precoce das formas assintomáticas e tratamento específico adequado para a melhora do prognóstico desses pacientes.
Palavras Chave
Palavras-chave: citopenia; esquistossomose; hiperesplenismo
Área
Clínica Médica
Instituições
Centro Universitário de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
Autores
CAROLINA MORAIS MILAN DE OLIVEIRA, Júnia Andrade Carvalho, Melissa Pereira de Oliveira, Raíssa Teixeira Pinto, Thúlio Pereira Magalhães, Dorival Fagundes Filho, Júlia Bernardes Ferreira Gomes