Dados do Trabalho
Título
SINDROME DE HORNER COMO MANIFESTAÇAO INICIAL DE ARTERITE DE TAKAYASU – RELATO DE CASO
Fundamentação/Introdução
Arterite de Takayasu (AT) é classificada como vasculite crônica de grandes vasos, afeta a Aorta e seus ramos principais. Patogênese pouco conhecida, padrão autoimune. Raramente expressada em homens. Clínica varia de assintomática a graves danos neurológicos. Geralmente produz estreitamento ou obstrução segmentar arterial, sendo formação aneurismática atípica. Síndrome de Horner (SH) é complicação pouco comum secundária a interrupção, em qualquer ponto do trajeto da via simpática que inerva o músculo dilatador da íris e o de Müller.
Objetivos
Ao que nos concerne, este é o primeiro relato brasileiro de AT manifestada por SH.
Descrição do caso
Homem, 26 anos, pardo, relata em consulta que, há 2 anos passou a apresentar edema e artralgia em hálux esquerdo, sem alterações de ácido úrico. No mesmo ano, evoluiu com piora de artralgia, acometendo novas articulações, padrão assimétrico e alternante. Durante esse quadro, procurou serviço médico tratado como Artrite Reativa, haja vista teste para vírus da Febre Chikungunya positivo. Sem melhora do quadro, passou a apresentar cefaleia, febre baixa e sopro sistólico de regurgitação mitral, aventando-se Febre Reumática, medicado com Penicilina G benzatina. Todavia, cenário se manteve e, neste período, paciente observou perda ponderal de 16 quilos, sem alteração alimentar. Por ainda apresentar Velocidade de Hemossedimentação e Proteína C Reativa altos, durante acompanhamento, foi suspeitado Doença de Still, havendo manutenção de dose de corticoide oral. Por fim, apresentou diplopia, ptose palpebral e miose à esquerda (Fig.1), sem alterações à Ressonância Magnética de Encéfalo, quando procurou nosso ambulatório. Durante consulta, além de quadro supracitado, observamos importante sopro carotídeo à esquerda. À análise de toda a clínica, suspeitamos de SH secundária a patologia compressiva e, por apresentar dor torácica ipsilateral à alteração neurológica, somada ao quadro acima exposto, solicitamos tomografia (TC) de tórax que evidenciou aneurisma de ramos supra-aórticos (Fig.2), fazendo-nos suspeitar de AT. Solicitamos AngioTC de tórax e abdome caracterizando melhor, assim, as lesões vasculares da AT (Fig.3).
Conclusões/Considerações Finais
Arterite de Takayasu apresenta padrão “trifásico” sendo a fase I caracterizada por queixas inespecíficas, a II queixas devido a inflamação vascular, e a III por lesão fibrótica. Aneurismas em AT são incomuns, se presentes, podem levar a compressão de estruturas adjacentes, como no caso relatado, apresentando-se inicialmente como Síndrome de Horner.
Palavras Chave
Síndrome de Horner; Arterite de Takayasu; Vasculites;
Área
Clínica Médica
Autores
LUARA MYCHELLE SILVEIRA NERES, MARINA GOMES MARTINS de FREITAS, RAFAEL AMÉRICO DAMACENO, ISAAC NILTON FERNANDES OLIVEIRA, BRUNO dos SANTOS FARNETANO, GUSTAVO GUIMARÃES MOREIRA BALBI