Dados do Trabalho
Título
PERFIL CLINICO E EPIDEMIOLOGICO DA HANSENIASE NO ESTADO DE PERNAMBUCO ENTRE 2014 E 2017
Fundamentação/Introdução
A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, com alta infectividade e baixa patogenicidade. Caracteriza-se pelo surgimento de lesões com redução da sensibilidade térmica, tátil e dolorosa. Após a criação da poliquimioterapia há 27 anos, busca-se a erradicação desta doença; a qual é um problema de saúde pública por causar impactos financeiros, sociais e na saúde.
Objetivos
Traçar o perfil epidemiológico da Hanseníase no Pernambuco, com base na prevalência da doença por município e nas formas clínicas notificadas.
Delineamento e Métodos
Estudo descritivo, do tipo levantamento epidemiológico, cujos dados foram obtidos por meio de consulta à base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram estudadas variáveis referentes aos casos diagnosticados de hanseníase nos anos de 2014 a 2017, nos municípios do estado de Pernambuco, além da forma clínica segundo o ano de notificação.
Resultados
São 182 municípios cadastrados com um total de 15823 notificações, das quais 20 tiveram a localização ignorada. Os municípios Petrolina, Olinda, Paulista, Recife e Jaboatão dos Guararapes, apresentam número superior a 100 casos notificados, correspondendo juntos a 56,7% (1789) em 2014, 51,9% (1486) em 2015, 59% (2183) em 2016 e 53,5% (3267) em 2017. Recife, a qual acumula maiores números de notificações, teve um aumento de 43% entre os anos de 2016 e 2017. Referente às formas clinicas, tem-se um total de 15.827 notificações, das quais 879 tiveram esse aspecto ignorado e 1.267 não foram classificadas. A forma Dimorfa destaca-se com maior número de casos no intervalo de tempo em questão. Comparativamente, houve significativo acréscimo de 209% na forma indeterminada, 137% na forma Tuberculóide, 230% na forma Dimorfa e 220% na forma Virchowiana entre o período de 2016 para 2017.
Conclusões/Considerações Finais
Os resultados são preocupantes, tendo em vista o novo prazo para a erradicação instituída pela OMS em 2020. Apesar das diretrizes para a doença, o Nordeste ainda mantém uma das maiores cargas endêmicas do país. Faz-se necessário, ressaltar a efetividade dos serviços na detecção e notificação dos casos; de forma que números inferiores podem sinalizar subnotificações. É de suma importância investir em políticas que visem prevenção adequada, diagnóstico e tratamento precoces, minimizando assim os impactos sociais e econômicos.
Palavras Chaves
Epidemiologia. Hanseníase. Doenças Negligenciadas.
Área
Clínica Médica
Instituições
UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco - Pernambuco - Brasil
Autores
JHONY RODRIGUES AGUILAR, JÉSSICA LOPES GOMES, KETLEN MILENA MOREIRA DUARTE, LUCAS DE SOUZA LUNA, LUIZ EDUARDO CLEMENTINO