X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Manejo da dor crônica em paciente com via oral indisponível – relato de caso

Fundamentação/Introdução

Introdução: A dor, considerada 5º sinal vital, é um sintoma comum mas de difícil manejo clínico. Como a dor crônica é uma experiência multidimensional que envolve aspectos sensório-perceptual, afetivo-motivacional e cognitivo-avaliativo que se interagem e contribuem para a resposta dolorosa final, o uso de múltiplas drogas se faz necessário.

Objetivos

Objetivo: Apresentar um caso de dor crônica em paciente com síndrome do intestino curto e via oral (VO) indisponível.

Descrição do caso

Métodos e Resultados: Relato de caso de paciente 33 anos, negra, gênero feminino, submetida a gastroplastia tipo Fobi-Capella há 9 anos, que em uma intercorrência de abordagem de Hérnia de Petersen, após laparotomia exploradora de urgência, evoluiu com quadro de sofrimento intestinal difuso e posterior necrose, com retirada de íleo terminal e intestino grosso. Devido a presença de fístulas entéricas, foi privada da VO, restando a via parenteral. Complicada por múltiplas infecções, distúrbios hidroeletrolíticos, desnutrição e quadro visceral, permaneceu acamada e evoluiu com quadro de dor mista de difícil controle. Apresentava dor abdominal difusa (dor visceral), em região lombar (osteomuscular) e em membros inferiores (MMII), sendo os pés com maior intensidade (neuropática). Iniciado uso de opióides em doses altas, antiinflamatórios não-esteróidais e analgésicos, com melhora da dor não neuropática. A dor em MMII manteve-se sem melhora, caracterizada por dor em fincada, pior ao toque, associada a câimbras e acentuação durante tempo frio. A indisponibilidade da VO dificultou o manejo da dor devido a ausência comercial de neuromoduladores, sendo desenvolvida a formulação via retal da gabapentina. Após ajustes posológicos e associada aos fármacos já iniciados, em 5 semanas obteve-se melhora do controle álgico. Atualmente paciente está em uso das drogas venosas dipirona 4g 4/4 horas e morfina 1mg 2/2 horas, fentanil transfedérmico 50mcg 72/72 horas, gabapentina supositória 400mg 8/8 horas e cetorolaco sublingual 10mg 8/8 horas. A partir da pontuação do Questionário de Dor de McGILL, entre o início do tratamento e atualmente, a pontuação passou de 52 para 32, o que demonstra uma boa resposta, mesmo diante de tantas limitações.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões: Em dor crônica se faz necessária a modulação de múltiplas vias da dor, sendo fármacos essenciais os opióides, antiepilépticos e antidepressivos, mesmo com diversos efeitos colaterais e ainda indisponíveis em formulações alternativas como transdérmica, sublingual e retal.

Palavras Chave

manejo da dor, dor crônica, neuromoduladores, via de administração

Área

Clínica Médica

Instituições

Instituto Mario Penna - Minas Gerais - Brasil

Autores

FERNANDA CRISTINA GONÇALVES DE OLIVEIRA, Ariel Da Silva Lessa, Samanta Rodrigues Sérgio, Dulcinéia Sampaio Azeredo, Fernanda Andrade Ramos