X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ANALISE DA COMPREENSAO DO ESTIGMA DE ENVELHECER ENTRE ALUNOS DE GRADUAÇAO EM MEDICINA DE UMA ESCOLA FEDERAL MINEIRA

Fundamentação/Introdução

O processo de envelhecimento humano é complexo, apresentando características diferentes de acordo com trajetórias individuais. Na contemporaneidade, percebe-se um processo de estigmatização da pessoa idosa, na medida que, pela falta de preparo para acolher e definir seu lugar e papel, os valores e práticas que prevalecem são de exclusão, marginalização, ou negação desses sujeitos. Assim, compreendendo o estigma como atributo de desvalorização, tivemos como hipótese que prevalece uma percepção estigmatizada da pessoa idosa entre estudantes de medicina.

Objetivos

Analisar a adesão a estereótipos negativos sobre a pessoa idosa entre alunos do curso de graduação antes e depois de cursar a Unidade Curricular de Cuidado Integral à Saúde do Idoso (UCCISI).

Delineamento e Métodos

Pesquisa descritiva com abordagem quanti-qualitativa, da qual participaram alunos do sexto período do curso de medicina de uma Universidade Federal Mineira. Para coleta de dados, utilizou-se uma escala sobre percepção da velhice, com 20 itens, de Denise Dubé (2006) em amostra com 24 alunos (18 mulheres e 6 homens, com idades entre 21 e 35 anos). A coleta foi realizada em duas aplicações (A1 e A2), nos meses de fevereiro e junho de 2018, correspondentes ao início e fim da disciplina. A percepção da velhice foi obtida pela contagem de pontos na escala, com score: de 76 a 100 adesão elevada aos estereótipos negativos, de 51 a 75 tendência a ver a pessoa idosa de forma estereotipada, de 26 a 50 limiar de estereótipos negativos e de 0 a 25 percepção menos estereotipada.

Resultados

A percepção da velhice foi feita pelo cálculo do escore de cada participante. As médias em ambas as aplicações indicaram uma leve tendência à adesão aos estereótipos negativos da pessoa idosa, sendo 39,5 em A1 e 35,8 em A2. Se avaliados aqueles com uma percepção pouco estereotipada, em A1 tínhamos 2 alunos e em A2 o total era 4. A maioria ficou classificada entre 26 e 50 pontos, sendo 21 em A1 e 16 em A2. Com pontuação entre 51 e 75 houve 1 aluno em A1 e 5 em A2. Não houveram alunos com pontuação entre 76 e 100.

Conclusões/Considerações Finais

Apesar da UCCISI ter sido desenvolvida norteada pelas habilidades e competências destacadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais (2014) para os cursos de graduação médica, que se esforçam numa tentativa de desconstrução do estigma de envelhecer, a visão estereotipada da velhice presente no senso comum foi praticamente reforçada pela experiência curricular, sugerindo alterações na formação médica que desvinculem a visão negativa do processo de envelhecer.

Palavras Chaves

Estigma; Envelhecimento; Educação Médica

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de São João Del Rei - Minas Gerais - Brasil

Autores

JADE CHARTONE EUSTAQUIO, Patrícia Silva Rodriguez, Luís Paulo Souza Souza e Souza, Paulo Maurício de Oliveira Vieira, Ana Luiza Portela Lucinda Ribeiro