X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SINDROME NEUROLEPTICA MALIGNA UMA CONDIÇAO GRAVE E DESAFIADORA: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM) é uma emergência neurológica, com maior incidência em adultos jovens do sexo masculino. Sua patogênese é desconhecida e parece estar relacionada ao bloqueio dos receptores dopaminérgicos no hipotálamo. É uma reação dose independente ao uso de algumas drogas como neurolépticos, antipsicóticos e antieméticos. Os pilares do diagnóstico são: rigidez muscular, hipertermia, alteração do estado mental, instabilidade autonômica e aumento da creatinofosfoquinase (CK). Outras alterações: leucocitose, aumento de lactato desidrogenase (LDH), fosfatase alcalina (FA), transaminases hepáticas, hipoferremia, distúrbios eletrolíticos (hipocalcemia, hipomagnesemia) e acidose metabólica. O diagnóstico baseia-se na história clínica, exame físico e dados laboratoriais. A exclusão de doença infecciosa ou estrutural do sistema nervoso central deve ser sempre realizada. O tratamento consiste em suporte cardiorrespiratório, suspensão do potencial agente precipitante e controle da hipertermia. Nos casos mais graves deve-se considerar uso de dantrolene (relaxante muscular), bromocriptina (agonista dopaminérgico) ou amantadina (droga com efeitos dopaminérgicos e anticolinérgicos) – uso controverso, sem validação por estudos consistentes.

Objetivos

Relatar um caso de SNM em paciente crítico, com discreto aumento de CK, mas com quadro clínico e laboratorial sugestivos de SNM.

Descrição do caso

D.L.F, masculino, 64 anos, diabético, hipertenso, esquizofrênico (uso de haloperidol, clozapina, quetiapina e clorpromazina) com internação prolongada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI): motivo da admissão: pneumonia e choque séptico. Intercorreu com hipertermia (Temperatura central: 40,3 ºC, refratária aos antitérmicos habituais: dipirona/paracetamol fixos e infusão de soro fisiológico gelado), associado a diaforese, taquicardia, hipotensão arterial, GL 19610/mm³ (VR:4500 a 13000), CK 196U/L (VR:50 a 170); LDH 1864U/L (VR:313 a 618), TGO 104U/L (VR:14 a 59); TGP 104U/L (VR:9 a 72); GGT 468U/L (VR:12 a 58); FA 149U/L (VR:38 a 126); Mg 0,87mg/dL (VR:1.6 a 2.3); Ca 3,2mg/dL(VR:4.4 a 5.4); Ferro 10mcg/dL (VR:70 a 180). Aventada a hipótese de SNM, iniciado dantrolene (2mg/Kg), com melhora rápida da hipertermia. Porém, o paciente evoluiu para óbito a despeito das medidas instituídas.

Conclusões/Considerações Finais

Quando se suspeita de SNM as medidas de suporte e tratamento devem ser iniciadas prontamente, já que, embora a maioria dos episódios se resolva em duas semanas, 5 a 20% dos acometidos podem evoluir para óbito.

Palavras Chave

Síndrome Neuroléptica Maligna; Neurolépticos; Creatinofosfoquinase

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL SEMPER - Minas Gerais - Brasil

Autores

RAQUEL DOMINGOS DA COSTA, WANESSA TORRES BERNARDES , LUIZA OLIVEIRA DOS SANTOS, INGRID DA COSTA MATIAS, TELMO DE ANDRADE OLIVEIRA