X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE BEHÇET EM PACIENTE IDOSO – RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Doença de Behçet (DB) é uma vasculite multissistêmica, rara, de etiopatogenia ainda pouco esclarecida. A predomínio de casos em pacientes entre a 2ª e 4ª década de vida, sendo rara em crianças e em adultos com mais de 50 anos.

Objetivos

Descrever caso de DB em paciente fora da faixa etária de maior incidência e demonstrar suas principais manifestações clínicas.

Descrição do caso

Homem, 61 anos, raça negra foi admitido na enfermaria, devido à amigdalite de repetição, disfagia, edema de pálpebra, lesões em genitália. Relatou aparecimento de lesões: aftosas em cavidade oral difusas, bolsa escrotal e região posterior do corpo peniano, além de edema palpebral inferior. Informou uso irregular de anti-hipertensivos e alergia a cloranfenicol. Refere promiscuidade sexual e nega uso de drogas injetáveis. Ao exame físico, observou-se lesões aftosas na cavidade oral, de mucosa ocular, hiperemia conjuntival com drenagem de secreção purulenta e ulcerações em bolsa escrotal. Foi constatada disfonia, disfagia, linfonodomegalias em região submandibular, submentoniana, inguinal e lesões hipercrômicas na região abdominal. Anteriormente à admissão, na unidade de pronto atendimento (UPA), realizou-se Ceftriaxone1g 12/12 horas + Oxacilina 500mg 4/4 horas + Metronidazol 500 mg 8/8 horas todos por via endovenosa e clavulanato500mg + amoxicilina 125mg 8/8 horas por via oral, devido ao quadro de amigdalite de repetição, porém sem atenuação do quadro. Foi feito o manejo terapêutico para sífilis devido a positividade para TREPONEMA PALLIDUM/SÍFILIS. Paciente evoluiu com piora do quadro, sendo transferido para unidade de terapia intensiva (UTI). Ao exame físico, hipotenso, taquicárdico, eupneico, saturação de oxigênio 83%, alerta, hipocorado +/+4, hidratado, acianótico, anictérico, afebril. Membro inferior edemaciado +/+4, panturrilhas livres. Baseado em dados clínicos o diagnóstico foi de Doença de Behçet, primordialmente pelas lesões aftosas recorrentes na cavidade oral, lesões genitais e hiperemia conjuntival e instituído corticóide oral. Paciente evoluiu com lesões bolhosas disseminadas sugestivas de infecção estafilocócica e iniciado o manejo para choque séptico. Sem resposta evoluiu para óbito no segundo dia.

Conclusões/Considerações Finais

O diagnóstico da DB é baseado em critérios clínicos, sendo obrigatório a presença de úlcera oral associada a no mínimo dois outros sinais, como úlcera genital, lesões oculares e de pele ou teste de patergia positivo. O diagnóstico e a terapêutica precoce podem reduzir a morbimortalidade referente à DB.

Palavras Chave

Vasculite. Doença de Behçet. Diagnóstico.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Munical José Lucas Filho - Minas Gerais - Brasil

Autores

LUIZA LIMA OLIVEIRA, Roberto Navarro Rocha Filho, Yasmim Soares Maciel, Leda Marília Fonseca Lucinda, Angela Deise Soares Silluzio