X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

CARDIOMIOPATIA HIPERTROFICA – RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Cardiomiopatia Hipertrófica (CH), doença de caráter familiar, associa-se a mutações nos genes codificadores de proteínas sarcoméricas. Determinada por hipertrofia concêntrica ventricular esquerda (VE), com função sistólica preservada e diastólica reduzida, suspeitada na ausência de condições que produzam tais alterações, sendo a principal causa de morte súbita em adolescentes e adultos jovens, em particular atletas.

Objetivos

Descrever caso de CH com recorrente descompensação cardíaca.

Descrição do caso

Mulher, 40 anos, negra, admitida em Pronto Socorro, agitada, queixava de taquidispneia em repouso e precordialgia típica. Padrão hemodinâmico frio e úmido e normocárdica. Apresentava sopro sistólico de regurgitação mitral (4+/6+), B3, crepitações bibasais, SpO2: 87%. Tabagista e etilista. Pai falecido aos 42 anos por morte súbita. Wells e TIMI baixos. ECG: infra de ST em aVF, DII, V4, V5 e V6. Troponinas negativa. ECO: hipertrofia septal (predomínio basal) e anterolateral, obstrução dinâmica da via de saída VE, disfunção diastólica VE grau II, moderada regurgitação mitral, aumento biatrial. Paciente evoluiu com melhora clínica, após cuidado intensivo. Cateterismo cardíaco demonstrou ausência de alterações isquêmicas. Em alta hospitalar foi orientada sobre quadro de CH e prescrito Atenolol 50 mg 12/12 horas, tal qual follow-up cardiológico. Por mais três vezes procurou serviço hospitalar em Edema Agudo de Pulmão e, apesar de ser orientada acerca de sua moléstia, não aderiu ao tratamento indicado e familiares não deram seguimento a investigação. No último episódio, foi orientada pela cardiologia sobre a necessidade de se realizar ablação septal com álcool (ASA).

Conclusões/Considerações Finais

Caso de forma obstrutiva da CH septal, com descompensação hemodinâmica se frequência cardíaca (FC) fora de faixa de betabloqueio. Localização septal é forma com maior subnotificação e morbimortalidade(4). Tratamento é, a priori, betabloqueador indicado principalmente se o paciente é obstrutivo, associado à melhora dos sintomas por reduzir a FC e ter ação inotrópica negativa, conferindo redução do gradiente intraventricular. Em casos recorrentes, sugere-se a ASA, consistindo na necrose do miocárdio hipertrofiado por meio da injeção de álcool na artéria septal responsável pela sua irrigação. Superior eficácia na redução do gradiente (3). Mais que o tratamento, ratifica-se fazer mister o diagnóstico precoce a fim de mitigar as estatísticas atuais.

Palavras Chave

Cardiomiopatia Hipertrófica. Localização Septal. Subnotificação.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Santa Isabel - Minas Gerais - Brasil

Autores

ROBERTO NAVARRO ROCHA FILHO, Luiza Lima Oliveira, Luara Mychelle Silveira Neres , Marina Gomes Martins Freitas, Bruno Santos Farnetano