Dados do Trabalho

Título

CONDUTA CONSERVADORA DE PLASMOCITOMA SOLITARIO: UM RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

O plasmocitoma solitário é uma lesão óssea de células plasmocitárias que se localiza mais comumente na coluna vertebral e sua incidência reduz gradativamente a nível de pélvis, costelas e extremidades superiores. Sua forma isolada é muito rara e na maioria dos casos evolui para mieloma múltiplo.

Objetivos

Relatar a ocorrência de caso de plasmocitoma solitário bem como avaliar a clínica, tratamento de escolha e suas consequências.

Descrição do caso

ACA, feminino, 55 anos, procedente de Conselheiro Lafaiete, previamente hígida, procurou atendimento queixando-se de lombalgia de forte intensidade, com irradiação para glúteo e membro inferior esquerdo. Foi solicitada ressonância nuclear magnética evidenciando massa sólida no corpo vertebral de L5 compatível com etiologia neoplásica. Posteriormente, foi realizada biópsia do corpo vertebral L5 que demonstrou plasmocitoma com células bem diferenciadas. A avaliação laboratorial (hemograma, eletrólitos, eletroforese de proteínas séricas) estava dentro da normalidade. A pesquisa de proteína de Bence Jones foi negativa e a avaliação radiológica do crânio, ossos longos e cintilografia óssea não apresentavam alterações. Houve piora do quadro com dor incapacitante, dificuldade de deambulação e retenção urinária/intestinal e a paciente foi encaminhada para tratamento hospitalar de urgência com rádio e corticoterapia. Durante a internação, foi realizado mielograma com resultado negativo para plasmocitoma. Após 18 dias de internação, a paciente recebeu alta, continuando o tratamento a nível ambulatorial em uso de corticoide por mais um mês associado a analgésicos. A paciente encontra-se em acompanhamento hematológico, ortopédico e fisioterápico, porém com dor residual localizada na região afetada.

Conclusões/Considerações Finais

A forma mais comum de apresentação clínica do plasmocitoma solitário envolvendo vértebras é a dor lombar associada a sinais de compressão medular, como no caso descrito. O tratamento preconizado é a radioterapia localizada, porém, a paciente apresentou compressão medular o que possibilitou a utilização do mesmo junto a intervenção cirúrgica. A recuperação cirúrgica é mais rápida e isenta de dor residual. Todavia, optou-se pelo manejo clínico de recuperação mais lenta, porém mais segura, sendo realizadas sessões de radioterapia associadas a corticóide visando diminuir o edema e, consequentemente, a compressão. No entanto, a corticoterapia culminou em Síndrome de Cushing, o que deve ser levado em consideração na escolha dessa opção.

Palavras Chave

Plasmocitoma, radioterapia, dor lombar, corticóide