X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PERICARDITE PURULENTA POS VIDEOTORACOSCOPIA EM PACIENTE PORTADORA DE LES: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Introdução: O pericárdio é uma membrana composta por dois folhetos: parietal e visceral, que atuam na manutenção da estabilidade da posição do coração e como barreira para proteção contra agentes infecciosos. O envolvimento patológico do pericárdio resulta de variadas etiologias conhecidas, como infeciosa, inflamatória, neoplásica, iatrogênica, traumática, metabólica ou desconhecidas (idiopática). Uma das entidades mais importantes é a pericardite bacteriana , que caracteriza-se pelo derrame pericárdico purulento, podendo ser consequência de extensão direta de uma pneumonia ou empiema, disseminação hematogênica e extensão direta após cirurgia torácica ou traumatismo.

Objetivos

Objetivos: Conhecer sobre as características da pericardite purulenta e ressaltar sobre a possibilidade da ocorrência após intervenções no espaço pleural.

Descrição do caso

Descrição do caso: Trata-se de paciente do sexo feminino, 38 anos, em propedêutica para doença reumatológica, internada em janeiro de 2016 com quadro de dispneia. Solicitados exames que evidenciaram derrame pleural a esquerda, realizada toracocentese sem elucidação etiológica a princípio. Em junho de 2016 evoluiu com dor torácica pleurítica, fadiga, febre, perda ponderal de 12kg. Concluído diagnostico de LES, com pouca adesão ao tratamento. Internada para abordagem de derrame pleural complicado, realizada videotoracoscopia (decorticação) e posicionamento de drenos. Anatomopatológico mostrou exudato fibrinopurulento, edema, extravasamento hemático, células gigantes multinucleadas. Sessenta dias após, apresentou episódio de pericardite, cujo resultado de pericardiocentese evidenciou S. aureus. Iniciado tratamento com oxacilina. Em setembro de 2016, foi reinternada devido a dor torácica, febre e taquicardia. TC de tórax de 10/09/16 evidenciou derrame pericárdico e espessamento importante da membrana. Realizada drenagem de grande quantidade de sercreção purulenta, confirmado S. aureus, iniciada daptomicina, considerada falência terapêutica a oxacilina. Apresentou evolução favorável, mantendo estabilidade clínica desde então.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusão: A pericardite bacteriana possui um prognóstico ruim, com sobrevida na faixa dos 30%. Os casos de pericardite pós cirurgia torácica vem aumentando, assim como o número de infecções por microorganismos resistentes. É importante identificar precocemente tal condição potencialmente grave e instituir o tratamento adequado.

Palavras Chave

Pericardite bacteriana; videotoracoscopia; LES

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL FELÍCIO ROCHO - Minas Gerais - Brasil

Autores

LETICIA GOUTHIER BICALHO, SIMONE SAMAAN BACHA