X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso de paracoccidioidomicose: a importância para o diagnóstico e suas comorbidades

Fundamentação/Introdução

A paracoccidioidomicose é a principal micose sistêmica do Brasil, com maior incidência relatada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, sendo o agente etiológico o Paraccocidioides brasiliensis, fortemente associado a atividades agrícolas. O contágio ocorre através da inalação dos propágulos do fungo e a doença pode se apresentar nas formas aguda, subaguda ou crônica, com manifestações pulmonares de curso crônico, associado a lesões mucosas e cutâneas correspondendo à maioria dos casos, no entanto pode haver comprometimento sistêmico, afetando órgãos como baço, rins e SNC.

Objetivos

Visa-se salientar o quadro típico desta doença e assim atribuir a importância devida, ressaltando-se o correto diagnóstico e tratamento como também correlacionar fatores e comorbidades.

Descrição do caso

J.G.F., masculino, 44 anos, lavrador, tabagista 40 anos maço, etilista e hipertenso, procurou assistência queixando “lesão na boca” que surgiram em agosto de 2017 e evoluíram, progressiva e dolorosamente. Em novembro iniciou o uso de sulfametoxazol e trimetropim (SMT+TMP) 400mg/80mg, 4 cápsulas por dia, mas sem melhora, então, realizou biópsia sugerindo P. brasilienses. Relata ainda, dispneia aos grandes esforços, tosse produtiva, perda ponderal de 4 kg e nega rouquidão, linfonodomegalias e febre. Ao exame fisico, lábio superior ulcerado e edemaciado. Radiografia de tórax apresentou opacidade pulmonar, especialmente, à direita e nodular, linear em terço inferior à esquerda. Como conduta, aumentou-se a dose de SMT+TMP, 6 comprimidos por dia, apresentando assim boa tolerância e evolução, com melhora da lesão labial.

Conclusões/Considerações Finais

O tratamento de escolha para a doença é o Itraconazol, no entanto, por não ser disponível na rede pública, a opção terapêutica ambulatorial subsequente é a associação (SMT+TMP). É importante atentar-se para a duração prolongada do tratamento por no mínimo um ano, com acompanhamento de parâmetros clínicos, laboratoriais e radiológicos para controle das manifestações e evitar recidivas. Por ser uma doença sem notificação compulsória, a real incidência da doença é desconhecida, sendo assim é essencial investigar habitação em áreas endêmicas e história ocupacional ligada manejo do solo, de modo a identificar a forma crônica silenciosa precocemente e, assim, evitar possíveis sequelas e comprometimentos como hepatoesplenomegalia ou linfonodomegalias.

Palavras Chave

paracoccidiomicose, micose sistêmica, Paracoccidiomicose brasiliensis.

Área

Clínica Médica

Autores

NATHALIA DOS SANTOS MARQUES, Isadora Moura Silva, Abner Silva Machado, Fillipe Laignier Rodrigues de Lacerda, Natália Coelho Correa