X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

COINFECÇÃO DE HISTOPLASMOSE PULMONAR AGUDA E DENGUE: UM RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Histoplasmose ou “doença das cavernas” é considerada uma micose sistêmica de incidência mundial causada pelo Histoplasma capsulatu, apresentando um comportamento oportunista na maioria dos casos. É adquirida através da inalação de conídeos presentes na natureza. Pode ter acometimento localizado ou multivisceral. O quadro clínico é variável, desde infecções assintomáticas, até quadros graves, a depender da quantidade de esporos inalados e/ou da imunidade prévia do indivíduo. A dengue é uma arbovirose, podendo assumir várias formas clínicas. Há muito tempo se reconhece que algumas infecções virais resultam em imunossupressão generalizada, embora, quando agudas, o período de imunidade reprimida tenda a ser relativamente curto. Ela pode cursar com infiltração e depressão medular por citocinas inflamatórias, levando a linfopenia, com queda no número de linfócitos T, o que pode ocasionar imunocomprometimento transitório.

Objetivos

Relatar um caso raro de histoplasmose pulmonar aguda, assumindo-se que a coinfecção pelo vírus da dengue tenha exercido papel crucial para o desenvolvimento de tal quadro.

Descrição do caso

Paciente masculino, 42 anos, previamente hígido, HIV negativo, com queixa de febre, cefaleia, dor retro orbitária, mialgia e artralgia de início em 25/6/18. Em 30/6/18 houve contato com fezes de aves quando realizou a limpeza de laje de pesqueiro abandonado. Oito dias após a exposição iniciou dispneia, tosse seca e dor torácica. Evoluiu para insuficiência respiratória e intubação orotraqueal. A sorologia IgM para dengue foi positiva. Entretanto o quadro respiratório associado era intrigante. Radiografia de tórax evidenciava infiltrado reticulo nodular difuso. A tomografia computadorizada de tórax mostrou padrão em vidro fosco difuso associado a espessamento intersticial e linfonodomegalia mediastinal. Tal quadro levou a investigação adicional, incluindo biópsia de pulmão. Houve identificação do Histoplasma em cultura de aspirado traqueal e biópsia pulmonar. Paciente foi tratado com Anfotericina B lipossomal por 21 dias e evoluiu com melhora clinica.

Conclusões/Considerações Finais

No caso descrito neste trabalho presume-se que o fato de a exposição do paciente aos esporos do Histoplasma ter ocorrido concomitantemente a um quadro agudo de dengue, tenha propiciado um cenário de imunossupressão fundamental para a instalação de um grave quadro de histoplasmose pulmonar aguda.

Palavras Chave

Histoplasmose; dengue

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DO MATO GROSSO DO SUL - Mato Grosso do Sul - Brasil

Autores

BERNARDO MEDEIROS MAIA, Winnie Mariana Chiuza Beilner, Cynthya Massae Asahide, Amanda Almirão Alves