X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: PANCREATITE AGUDA RECORRENTE SECUNDARIA A HIPERTRIGLICERIDEMIA MUITO SEVERA - EVOLUÇAO FAVORAVEL COM TRATAMENTO CLINICO CONSERVADOR

Fundamentação/Introdução

Hipertrigliceridemia (HTG) é responsável por 1-14% de todas causas de pancreatite aguda (PA), especialmente quando em níveis acima de 1000mg/dL. A gravidade da PA em pacientes com HTG é ocasionada tanto pela resposta inflamatória da própria pancreatite quanto pela lipotoxicidade decorrente da hidrólise de triglicérides (TG) em ácidos graxos livres (AGL). O manejo da PA induzida por HTG visa, principalmente, prevenir pancreatite necrotizante e falência orgânica. O tratamento inclui controle da dor, hidratação endovenosa (EV) e suporte nutricional , além de Insulina Regular EV para redução dos níveis de TG. No caso de pacientes com características preocupantes (como hipocalcemia, acidose lática, sinais de piora da inflamação sistêmica) preconiza-se a terapia com aférese.

Objetivos

Relatar caso de PA por HTG

Descrição do caso

H.M., 52 anos, hipertensa, obesa grau III, dislipidêmica, admitida em 04/07/18 com quadro de dor epigástrica intensa, de início súbito, irradiando para dorso, associada a náusea e vômitos. Exames admissionais com elevação discreta da Lipase (LIP) e da Proteína C Reativa (PCR) - 103 (valor normal (VN< 67) e 21 (VN < 5), respectivamente, além de imagem em ultrassonografia de abdome sugerindo PA. Considerando história prévia de PA por HTG seis anos antes, sem outro fator de risco associado atualmente, aventada possiblidade de esta ser a causa da pancreatite. Dosado nível sangüíneo de TG em 05/07: 5731. Hospitalizada para tratamento clínico com dieta suspensa e hidratação EV. Paciente cursou com persistência de dor abdominal, necessitando analgésicos opióides e intolerância à dieta, mantida suspensa por 05 dias. Em 12/07, apresentou febre (38,7°C), taquicardia, diarreia, e manteve leucocitose e PCR elevada, optando-se por recultura (finalizadas negativas) e início de Meropenem (mantido por 07 dias). Iniciados Fenofibrato e Atorvastatina em 09/07. Evolução laboratorial: LIP: 103-440-105-60/ PCR: 21-485-601-497-275-74/ TG: 1230 (11/07). Corrigidos distúrbios hidroeletrolíticos leves durante internação. Recebeu alta hospitalar em 19/07, mantendo dor abdominal de leve intensidade à palpação, porém com provas inflamatórias tendendo à normalidade, nível de TG em queda e ótima aceitação da dieta oral, para acompanhamento ambulatorial com gastroenterologista.

Conclusões/Considerações Finais

Apesar de ser uma entidade clínica potencialmente grave, a evolução da PA secundária à HTG é variável, e, quando tratadas complicações com intervenção imediata, como no caso relatado, há grande chance de desfecho favorável.

Palavras Chave

Pancreatite aguda, Hipertrigliceridemia

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital SOCOR - Minas Gerais - Brasil

Autores

MARIANA OURIQUES LEITE FUCKS, FERNANDO FALAVIGNA, CÁSSIA APARECIDA SILVA, NATANNY RABELO ÁLVARES DA SILVA, JÚLIA VIEIRA VIANNA, KÁSSIO AUGUSTO DE OLIVEIRA CARVALHO, RAFAEL LUÍS SOARES DE CAMARGOS, VINÍCIUS CHINELLATO LIMA DE CARVALHO