X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ACIDENTE VASCULAR ENCEFALICO (AVE) EM PACIENTE COM FORAME OVAL PATENTE

Fundamentação/Introdução

Introdução: As causas de AVE são heterogêneas, 25 a 40% dos casos considerados criptogênicos, tendo os defeitos septais relevância neste percentual, principalmente em pacientes jovens. O forame oval (FO) é um importante componente da circulação fetal, pelo qual ocorre um shunt fisiológico. Após o nascimento, diante do progressivo aumento pressórico em átrio esquerdo, o FO é gradativamente fechado. No entanto, em 25% da população, permanece patente fomentando risco para AVE isquêmico por êmbolos paradoxais.

Objetivos

Objetivo: Relatar um caso de AVE em paciente jovem com FO patente.

Descrição do caso

Descrição: Homem, 41 anos, sem comorbidades prévias, uso de anabolizante há 3 anos. Admitido em pronto atendimento com quadro de afasia, hemiparesia grau 3 e apraxia de dimidio direito, de início súbito, com 6 horas de evolução. Em tomografia de crânio (TC), não havia evidências de lesões hemorrágicas. Após 48 horas, TC de controle evidenciou hipodensidade em território de artéria cerebral média esquerda. Eletrocardiograma e monitorização de 24 horas não registraram arritimias. Doppler de membros inferiores e de carótidas sem alterações, bem como função tireoideana. Ecodopplercardiograma transtorácico e transesofágico demonstraram a presença de shunt direita-esquerda e mediante técnica por contraste com microbolhas, associada a manobra de Valsava, o shunt com fluxo bidirecional foi evidenciado. Paciente apresentava RoPE Escore elevado (7 pontos), sugerindo correlação causal do AVE próxima a 72%. Paciente persistiu com hemiparesia e afasia, mantido com terapia antiplaquetária e estatina.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusão: Diante de quadros de AVE criptogênicos, a hipótese de FO patente deve ser aventada, principalmente em pacientes jovens e com poucas comorbidades, como suportado pelo RoPE Study. Identificar causas pro-trombóticas subjacentes tornam-se necessárias para a compreensão etiopatogênica auxiliando em estratégias terapêuticas para minimizar recidivas.

Palavras Chave

AVE; AVE em jovens; AVE criptogênico; forame oval patente

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital João XXIII - Minas Gerais - Brasil

Autores

JOICE COUTINHO DE ALVARENGA, Marcelo Rocha Scaramussa, Gabriel Miranda de Brito, Rafael Fusaro Aguiar Oliveira, Carlos William Gomes Delfim