Dados do Trabalho

Título

ASSOCIAÇAO ENTRE COGNIÇAO E ATIVIDADE FISICA EM TRABALHADORES DE TURNO ALTERNANTE

Fundamentação/Introdução

É crescente na literatura a associação entre atividade física e cognição. Agudamente, estes efeitos possivelmente estão relacionados a um aumento do fluxo sanguíneo cerebral e da atividade de neurotransmissores. Cronicamente, os exercícios podem estar associados à estimulação da neurogênese e da angiogênese cerebral. Assim, torna-se evidente a relevância do estilo de vida como fator que contribui significativamente tanto para a saúde física como mental dos indivíduos.

Objetivos

Verificar uma possível associação entre a função cognitiva e a prática de atividade física em trabalhadores de turno alternante de mineradora.

Delineamento e Métodos

Estudo observacional transversal realizado em 334 trabalhadores de turno alternante de empresa mineradora, todos do sexo masculino. Foram incluídos todos os trabalhadores que se dispuseram a participar e que não tinham diagnóstico prévio de transtorno cognitivo. A função cognitiva foi avaliada a partir do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) com os pontos de corte definidos segundo Brucki et al: analfabetos ≥ 20 pontos; 1 a 4 anos de estudo ≥ 25 pontos; 5 a 8 anos ≥ 26,5 pontos ; 9 a 11 anos ≥ 28 pontos e mais que 11 anos ≥ 29 pontos. A avaliação da atividade física foi realizada através do questionário IPAQ–curto e os indivíduos classificados em inativos, minimamente ativos e ativos, segundo o IPAQ RESEARCH COMMITTE (2005). Análise estatística realizada através do Software R com aplicação do teste qui quadrado, considerando nível de significância de 5%.

Resultados

RESULTADOS: A média de idade foi de 42,27 anos. A média de escolaridade foi de 12,9 anos. A prevalência de alterações cognitivas foi de 79% e apenas 3,5% da amostra foi considerada fisicamente ativa. Associação significativa foi encontrada entre a atividade física e desempenho cognitivo no MEEM (p= 0,0189).

Conclusões/Considerações Finais

A associação significativa encontrada está de acordo com a literatura. A minoria dos participantes foram classificados como ativos no que se refere à atividade física, o que possivelmente está relacionado ao impacto do trabalho de turno na qualidade de vida desta população. A maioria dos participantes apresentaram função cognitiva comprometida, porém, é preciso considerar o alto ponto de corte exigido para indivíduos com mais de 11 anos de escolaridade, como é o caso da amostra. A maioria dos estudos publicados acerca desta associação foram realizados em população idosa, o que ressalta a relevância deste trabalho ao abordar uma faixa etária mais jovem e uma população específica, ainda pouco estudada.

Palavras Chaves

Cognição, exercício, trabalho em turnos

Área

Clínica Médica