X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

DIABETES MELLITUS AUTOIMUNE REFRATARIO A INSULINOTERAPIA EM PACIENTE COM LUPUS ERIMETAMOSO SISTEMICO E NEUROMIELITE OPTICA: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

O diabetes tipo 1A resulta da destruição imunomediada das células beta do pâncreas e está associado a maior risco de ocorrência de outras patologias autoimunes e complicações micro e macrovasculares.

Objetivos

Relatar um caso de refratariedade a insulinoterapia em paciente com diabetes autoimune e coexistência de doenças autoimunes.

Descrição do caso

K.B.M.F.S, feminino, 35 anos, história prévia de três abortos tubários, apresentou retenção urinária, paresia de membros inferiores e crises convulsivas de difícil controle há seis anos, ressonância magnética de crânio sem alterações e marcadores autoimunes (fator antinuclear, anticorpo anti-DNA nativo, anti-smith) positivos. Devido à presença de critérios clínicos e imunológicos, foi realizado o diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico. Após início de corticoterapia, a paciente apresentou episódios de hiperglicemia, solicitado auto anticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico (41,4 IU/mL), anticorpo anti-insulina (65,7 U/MI) e peptídeo C (0,3 ng/mL) devido à hipótese diagnóstica de diabetes autoimune. Iniciado tratamento com Insulina Humana Recombinante (NPH) e Insulina Regular, evoluiu com mau controle glicêmico, sendo realizado teste terapêutico com análogos de insulina. Fez uso de insulina asparte associada a detemir por três meses, seguida por glargina e lispro durante três anos. Manteve episódios de descontrole glicêmico, agravados após o uso de corticoide sistêmico. Por hipótese de resistência subcutânea a insulina foi realizado teste de aplicação venosa, também sem resposta. Iniciado o uso de bomba de infusão de insulina subcutânea há três anos. Internada em Julho de 2018 devido à neuromielite óptica, já em uso de azatioprina, foi iniciado tratamento com rituximabe, sendo realizado cinco sessões de plasmaferese associadas à imunoglobulina. Paciente recebeu alta com insulina NPH (50 unidades a cada hora) e insulina regular (uma unidade a cada grama de carboidrato) em bomba de infusão subcutânea e apresentou melhora da acuidade visual e do controle glicêmico.

Conclusões/Considerações Finais

O diabetes mellitus e suas múltiplas variedades constituem causas expressivas de morbimortalidade mundialmente. A definição de seus subtipos e dos mecanismos fisiopatológicos constituem importantes aspectos para adequada abordagem terapêutica, em especial quando há refratariedade à insulinoterapia. Em muitos casos, a meta terapêutica não é alcançada, visto a complexidade de seu tratamento e a carência na literatura de recursos terapêuticos alternativos.

Palavras Chave

“Auto-imunidade”;”Diabetes Tipo 1”;” Diabetes mellitus”; “Adulto”

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Lifecenter - Pará - Brasil

Autores

BRUNA VILELA VONO, Fabricio Manoel Rezende Dias, Felipe Nelson Medonça, Pedro Sergio Santos Carvalho, Valessa Maria Gontijo Cunha