X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PANORAMA SOBRE MORTALIDADE POR PARADA CARDIACA COM RESSUSCITAÇAO NO SUDESTE DO BRASIL: HOUVE MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NOS ULTIMOS ANOS?

Fundamentação/Introdução

A parada cardíaca ou cardiorrespiratória (PCR) define-se como ausência do trabalho mecânico do coração, situação em que o indivíduo encontra-se em apneia e não apresenta pulsatilidade. Diante disso, a ressuscitação (ou reanimação) cardiopulmonar (RCP) visa manter a circulação sanguínea aos órgãos vitais até que se estabeleça um fluxo espontâneo. Sua correta realização, assim como os cuidados pós-RCP, são fundamentais para a sobrevida do indivíduo.

Objetivos

Investigar, a partir da análise dos índices de mortalidade por PCR com ressuscitação, se houve mudanças significativas nos dados estatísticos nos últimos anos no Brasil.

Delineamento e Métodos

Estudo retrospectivo e descritivo no qual foram analisados dados do DATASUS entre jan. 2008 e jan 2018.

Resultados

A região Sudeste apresentou um total de 9.686 óbitos após PCR com RCP, representando 54,7% dos resultados encontrados para o Brasil. Esta região lidera o ranking seguido pelo Sul (3.455) e Nordeste (2.257). A taxa de mortalidade nessa região foi de 72%, com aumento progressivo no período analisado, sendo o menor registro no ano de 2008 (61,3%) e o maior no ano de 2017 (79,3%). No Brasil, a taxa de mortalidade foi de 71,5%. Nesse mesmo contexto, notou-se um aumento progressivo do número de óbitos na região em mais de 500% ao compararmos o ano de 2008 ao de 2017. O aumento exponencial da mortalidade pode se relacionar às dificuldades na execução da RCP e a déficits nos cuidados pós-ressuscitação. Segundo a literatura, apesar dos avanços nas terapias disponíveis para tratar a PCR, pouca mudança houve no prognóstico dos pacientes que sobrevivem. A duração maior que 15 minutos entre o colapso e o retorno da circulação espontânea significa menor taxa de sobrevivência, além de possíveis sequelas neurológicas graves.

Conclusões/Considerações Finais

Apesar dos avanços no que tange às estratégias pré-hospitalares e terapias hospitalares durante uma PCR, a mortalidade progrediu exponencialmente no período analisado. Desta forma, tornam-se necessárias duas vias de ação: a melhoria e preparo das equipes para manejo e realização de RCP de qualidade; assim como fortalecer a assistência na atenção primária a fim de, primeiramente, prevenir a ocorrência de eventos cardiovasculares.

Palavras Chaves

Cardiologia, Suporte Básico de Vida, Ressuscitação Cardiopulmonar, Parada Cardiorrespiratória.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) - Minas Gerais - Brasil

Autores

CARITAS ANTUNES LACERDA, GABRIEL SILVESTRE MINUCCI