X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Hipertensão pulmonar e esquistossomose: uma associação que deve ser investigada

Fundamentação/Introdução

A esquistossomose é uma das doenças parasitárias mais prevalentes no mundo. Uma de suas principais complicações crônicas é a hipertensão pulmonar (HP). Esta possui grande morbidade, com prejuízo de funcionalidade de câmara cardíaca direita. Estima-se que cerca de 700 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas da doença e desses, 200 milhões estão infectados. A HP acaba por afetar cerca de 5% dos pacientes com a forma hepatoesplênica da doença.

Objetivos

Demonstrar a importância do diagnóstico de hipertensão pulmonar secundária à esquistossomose

Descrição do caso

Paciente J. S. P., 60 anos, casado, aposentado, natural de São Domingos do Prata, residente em Belo Horizonte. Admitido com quadro de dispnéia progressiva nos últimos 30 dias, aos mínimos esforços, associada a dispnéia paroxística noturna. Internado para propedêutica. Ecocardiograma evidenciava FE 47%, aumento importante de átrio e ventrículo direitos, hipocontratilidade difusa do ventrículo direito, abaulamento de septo interventricular para a esquerda, devido a sobrecarga de pressão de câmaras direitas. Hipertensão pulmonar, com PSAP 83 mmHg. Ultrassom abdominal mostrava fígado aumentado de tamanho, veia porta com aumento de calibre, leve aumento da ecogenicidade periportal. Veias hepáticas e esplênica com aumento do calibre. Leve aumento da ecogenicidade da parede da vesícula biliar. Angiotomografia de tórax não mostrou sinais de tromboembolismo pulmonar e evidenciou artéria pulmonar aumentada, medindo 38 mm. Imunofluorescência para esquistossomose IgG reagente, com título de 1:256. Hemograma evidenciava eosinofilia importante. Sorologias para hepatites A, B e C negativas, assim como negativa para HIV. Sem uso de drogas que pudessem gerar hipertensão pulmonar. Paciente com baixo risco para síndrome da apnéia/hipopnéia do sono. Aguarda realização de cateterismo direito.

Conclusões/Considerações Finais

A apresentação clínica da hipertensão pulmonar secundária à esquistossomose é muito similar à da forma idiopática. A terapia alvo para a forma esquistossomótica demonstrou uma melhora da capacidade física e hemodinâmica em alguns pequenos estudos, contribuindo assim para a diminuição da morbi-mortalidade. Devido à alta prevalência da doença em países subdesenvolvidos e sua fisiopatologia não ser completamente compreendida, reforça-se a importância em se seguir a propedêutica completa com o intuito de diagnosticar corretamente a doença geradora da hipertensão pulmonar.

Palavras Chave

Hipertensão pulmonar, Esquistossomose, Insuficiência Cardíaca, Cateterismo Direito.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Luxemburgo - Minas Gerais - Brasil

Autores

FERNANDA PEREIRA EULALIO DE SOUZA, Andressa Vieira Benedicto, Anna Elisa Teixeira Campos de Melo, Isabela Mattar Sasdelli, Maíra de Melo Ibrahim Nogueira