X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ENCEFALOPATIA DE HASHIMOTO: A IMPORTANCIA DO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL COM QUADRO DEMENCIAL

Fundamentação/Introdução

Doença potencialmente fatal, considerada encefalopatia respondedora aos corticoides, que cursa com ocorrência de mioclonias, alteração do estado de consciência, declínio cognitivo rápido e sintomas neuropsiquiátricos. A patogenia é desconhecida, a maior parte das evidências aponta para uma vasculite autoimune ou outro processo inflamatório. A apresentação é heterogênea, com um curso fulminante, subagudo ou crônico de declínio do estado mental, frequentemente acompanhado por convulsões, sendo uma importante causa de demência potencialmente reversível.

Objetivos

Relatar caso clínico e a importância do diagnóstico diferencial desta doença com quadro demencial.

Descrição do caso

Paciente do sexo masculino, 76 anos, previamente independente para as atividades instrumentais e da vida diária, que procurou o serviço de urgência devido quadro de confusão mental e declínio cognitivo recentes, associado a ocorrência de mioclonias. Tomografia de crânio evidenciou áreas de encefalomalácia associadas a redução encefálica normal para idade, e ressonância de crânio com leucoaraiose discreta e atrofia encefálica. Realizou-se ainda eletroencefalograma, evidenciando lentificação difusa sem atividade paroxística. A análise do líquor revelou hiperproteinorraquia. Pesquisadas causas infecciosas, neoplásicas, medicamentosas e metabólicas, sendo então descoberto um hipotireoidismo subclínico com anticorpos anti-tireoglobulina e anti-peroxidase elevados. Aventou-se a hipótese de Encefalopatia de Hashimoto (EH) e iniciado corticoterapia.
A presença de títulos elevados de anticorpos anti-tireoglobulina, independentemente de disfunção tireoidiana, é característica essencial para o diagnóstico da EH. O diagnóstico requer a exclusão de outras patologias de natureza metabólica, tóxica, vascular, inflamatória ou paraneoplásica. O tratamento consiste no uso de corticoides e correção da doença tireoidiana, com bom prognóstico.

Conclusões/Considerações Finais

A EH é uma doença potencialmente fatal que se não tratada cursa com declínio cognitivo rápido, com prejuízo funcional importante e consequente elevado custo de suporte social e familiar como toda outra síndrome demencial. O tratamento é simples, depende do correto diagnóstico, rápido início do tratamento e suporte clinico das e intercorrências.

Palavras Chave

encefalopatia de Hashimoto; demência reversível; hipotireoidismo.

Área

Clínica Médica

Instituições

FELUMA, Faculdade Ciências Médicas-MG, Pós-graduação Lato Sensu / Especialização em geriatria, Rede Mater Dei de Saúde. - Minas Gerais - Brasil

Autores

LEANDRO DE SOUZA MAIA, Izadora Gomes de Freitas, Quilce Ramalho dos Santos, João Carlos Barbosa Machado, Laura Magalhães Alanis, Wesley Magalhães Lopes