Dados do Trabalho
Título
SEMINOMA PRIMARIO DE MEDIASTINO E SINDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR: UM RELATO DE CASO
Fundamentação/Introdução
O seminoma é um tumor de células germinativas que tipicamente ocorre nas gônadas, contudo 2 a 10% dos casos pode apresentar-se de forma extragonadal. A localização mediastinal é a região extragonadal mais acometida, e representa cerca de 10% dos tumores de mediastino. Tem maior incidência entre os 15 a 35 anos de idade, sendo mais comum em homens e raríssimo em mulheres.
Objetivos
Tumor de rara incidência, com poucos dados na literatura. Relatar o caso propiciará maior ciência da patologia e reconhecimento precoce da mesma.
Descrição do caso
Paciente AMT, masculino, 31 anos, natural e procedente de Franca/SP, com quadro de dispneia e hemoptise há 2 meses. Ao exame físico apresentava taquipneia, estertores crepitantes em base do hemitórax direito e linfadenomegalia cervical anterior direita, de aproximadamente 3cm, aderida a planos profundos. Tomografia de tórax realizada há 1 semana da admissão evidenciava tumor em mediastino, e radiografia de tórax da internação mostrava alargamento do mediastino. Foi submetido a biópsia de linfonodo supraclavicular direito, e o anátomo-patológico demonstrou infiltrado neoplásico maligno com invasão vascular. A amostra foi enviada para análise imuno-histoquímica, que associada ao quadro morfológico, sugeriu seminoma. Realizada ultrassonografia de bolsa escrotal e tomografia de abdome, para investigação de foco primário e metástases, ambas sem lesões adjuvantes, corroborando para o diagnóstico de seminoma primário do mediastino. No 12º dia de internação hospitalar apresentou síndrome da veia cava superior, com necessidade de internação em UTI. Iniciada quimioterapia com etoposídio+cisplatina, mas após o início do tratamento evoluiu com síndrome da lise tumoral, que resultou em óbito dias após.
Conclusões/Considerações Finais
O seminoma primário do mediastino é um tumor de rara incidência. Embora não seja habitual causa de obstrução da veia cava superior, cerca de 10% dos pacientes apresentam essa manifestação. Para o diagnóstico, é importante certificar-se de que nenhum tumor gonadal esteja presente. A ultrassonografia é sensível para o exame do escroto e a tomografia é necessária para a avaliação do retroperitônio. São curáveis com tratamento agressivo: cirurgia, radioterapia e quimioterapia à base de cisplatina, indicadas de acordo com o tamanho da massa tumoral, lesão de estruturas adjacentes e presença de metástases. Tem evolução relativamente favorável, dependendo do estágio da doença ao diagnóstico, o que reforça a necessidade de reconhecer a patologia para diagnóstico precoce.
Palavras Chave
SEMINOMA, SEMINOMA PRIMÁRIO DO MEDIASTINO, TUMOR DE CÉLULAS GERMINATIVAS, SEMINOMA EXTRAGONADAL, SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR
Área
Clínica Médica
Instituições
Santa Casa de Misericórdia de Franca - São Paulo - Brasil
Autores
PRISCILA BATISTA DE OLIVEIRA, Ciro de Castro Botto, Tamires Garcia de Oliveira, Angélica Nunes Rodrigues, Francisco Candido da Silva Netto