X Congresso Mineiro de Clínica Médica e VI Congresso Mineiro de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SINDROME DE TAKOTSUBO: A DOR DA EMOÇAO - RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

No pronto atendimento (PA), a dor torácica é um desafio devido a sua vasta variedade de diagnósticos diferenciais. A síndrome de Takotsubo representa 1-3% do total de 5-6% de pacientes mulheres com suspeita de síndrome coronariana aguda (SCA).

Objetivos

Relatar caso de portadora de síndrome de Takotsubo.

Descrição do caso

Paciente, feminino, 72 anos, hipertensa, diabética e dislipidêmica, procurou o PA com dor urente retroesternal de forte intensidade irradiando para membro superior esquerdo e dispneia súbita iniciados após telefonema anônimo com relato de sequestro de sua filha. Na admissão do PA apresentava ausculta cardíaca com ritmo regular, em três tempos (B4), bulhas normofonéticas, sem sopros, frequência cardíaca de 100 batimentos por minuto e pressão arterial de 100/60mmHg; aparelho respiratório sem alterações; membros inferiores sem edema. Eletrocardiograma: ritmo sinusal, progressão lenta de onda R ântero-septal; dosagens laboratoriais: CK 202,0U/L, CK-MB 61,7U/L e troponina I indetectável na chegada e CK 292,0U/L, CK-MB 71,0U/L e troponina I indetectável após oito horas. Radiografia de tórax: área cardíaca normal e campos pleuro-pulmonares sem alterações. A paciente foi manejada como apresentando SCA, recebendo heparina de baixo peso molecular, monocordil, ácido acetilsalicílico (AAS), clopidogrel, losartana, caverdilol e sinvastatina. Para esclarecimento da hipótese de miocardiopatia de Takotsubo foram realizados: ecocardiografia transtorácica com fração de ejeção mensurada pelo método de Simpson de 47%, hipocinesia severa do terço apical do septo interventricular (anterior e inferior), terço apical de parede lateral e do ápice, com contratilidade normal das demais paredes; e disfunção diastólica do ventriculo esquerdo (VE) grau I; e angiografia coronária que mostrou coronárias isentas de lesões obstrutivas e VE com hipocinesia ântero-apical moderada sugestiva de baloneamento apical; e feito o diagnóstico de Síndrome de Takotsubo. Foi mantido o tratamento inicial e prescrito as seguintes medicações para alta hospitalar: carvedilol, espironolactona, AAS, sinvastatina e losartana.

Conclusões/Considerações Finais

Assim, dado a importância da síndrome de Takotsubo como um diagnóstico diferencial de dor torácica aguda no PA e o número de casos descritos serem ainda relativamente pequeno, é fundamental que os médicos sempre tenham em mente essa entidade, a fim de se ter uma conduta e um tratamento adequado.

Palavras Chave

síndrome de takotsubo; síndrome coronariana aguda; dor torácica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Viçosa - Minas Gerais - Brasil

Autores

JULIANA MACHADO SARAIVA, Luiz Frederico Chagas de Freitas, Gabriel Emar Mendes Queiroz, Catarina Maria Nogueira de Oliveira Sediyama