Dados do Trabalho

Título

PARACOCOCCIDIOIDOMICOSE EM PACIENTE DE 54 ANOS COM CARCINOMA EPIDERMOIDE DE ESOFAGO.

Fundamentação/Introdução

A Paracoccidioidomicose (PCM) é a principal micose sistémica da América Latina, endémica nas áreas rurais, causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis, transmitido por via aérea. Dependendo do status imunológico do hospedeiro, a infecção primária pode regredir ou evoluir para doença progressiva de curso agudo, subagudo ou crônico. Supõe-se que fatores imunológicos envolvidos no desenvolvimento da PCM e a consequente resposta inflamatória crônica podem desempenhar um papel nessa associação, como já demonstrado em outras situações. No caso em questão encontramos a associação desta doença infecciosa com o câncer de esôfago, uma neoplasia relativamente incomum e de alta letalidade.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente portador de CEC esofágico associado a paracoccidiodomicose.

Descrição do caso

D.K, 54 anos, masculino, hígido, tabagista 40 maços.ano, residente em região urbana, trabalhador de industria, natural da região serrana do Espirito Santo, trabalhou na juventude em lavoura de café. Admitido na enfermaria de Gastroenterologia do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (HUCAM) em julho de 2018 referindo disfagia para sólidos há sete meses, com intensificação dos sintomas nos últimos dois meses, associado à perda ponderal de 15 kg. Sem queixas respiratórias. Realizado EDA com biopsias evidenciando CEC infiltrativo de Esôfago médio. Durante estadiamento, o estudo pulmonar em Tomografia de Tórax evidenciou zonas assimétricas de infiltrado parenquimatoso pulmonar, com pequenas áreas irregulares de consolidação esparsas nos lobos superiores, traves e estrias pleuroparenquimatosas peribroncovasculares bilaterias, opacidades em "vidro-fosco" com "sinal do halo invertido", contornos de aspecto finamente granular/nodular, sugestivas de PCM, e espessamento irregular e nodulariforme da glândula adrenal esquerda. Após a suspeita, foi solicitado sorologia para PCM, a qual foi reagente até ¼ de diluição. Exame de escarro analisado à microscopia com presença de Roda de Leme com birrefringência, sendo confirmada a doença.

Conclusões/Considerações Finais

A associação entre PCM e câncer foi descrita pela primeira vez em 1933. Desde então, apenas poucos casos foram relatados. A presença simultânea de PCM e câncer no presente estudo pode ser vista como uma coincidência. Porém sugere-se uma associação entre o câncer e a PCM e que a incidência do primeiro a disfunção da imunidade celular, observada em casos de PCM ativo.

Palavras Chave

Paracoccidiodomicose; CEC;

Área

Clínica Médica