Dados do Trabalho
Título
FIBRILAÇÃO ATRIAL AGUDA EM DECORRÊNCIA DE MIOCARDITE VIRAL COM REALCE TARDIO NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Fundamentação/Introdução
Introdução: A miocardite é uma inflamação do músculo cardíaco e possui dois grandes grupos etiológicos, o das doenças infecciosas, como infecções causadas, sobretudo, por vírus e bactérias, e não infecciosas, por exemplo, moléstias autoimunes ou mesmo em decorrência de infarto agudo do miocárdio. Desse modo, as lesões provocadas por esses diferentes fatores podem repercutir em danos aos cardiomiócitos e favorecer o surgimento de arritmias e insuficiência cardíaca.
Objetivos
Objetivo: Relacionar a presença de fibrose de realce tardio do miocárdio provocada por infecção viral com a eminência de fibrilação atrial aguda.
Descrição do caso
Descrição do caso: Paciente de 25 anos, masculino, fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 45% ao ecocardiograma transtorácico e com diagnóstico de miocardite aguda por infecção causada por Coxsackievirus do Grupo B, em 2017. Após 5 meses apresentou rebaixamento do nível de consciência e frequência cardíaca de 172 batimentos por minuto. Foi encaminhado ao pronto atendimento, monitorizado e diagnosticado com fibrilação atrial aguda. O tratamento se deu com administração de amiodarona endovenosa. O paciente restabeleceu o ritmo sinusal e encaminhado para acompanhamento ambulatorial. Realizou Holter 24 horas que demonstrou 6346 episódios de extra-sístoles ventriculares e ressonância magnética cardíaca que revelou realce tardio não isquêmico nas paredes anteroinferior e anterolateral do ventrículo esquerdo com acometimento de 18% destes seguimentos, contudo, sem debilidade contrátil. Ademais, houve lesão na parede anterolateral do átrio esquerdo.
Conclusões/Considerações Finais
Conclusões: A literatura levantada externa pior prognóstico e maior probabilidade de desenvolvimento de eventos arritmogênicos em pacientes acometidos por lesão com realce tardio. Nesse contexto, o relato chama a atenção para o risco da ocorrência de morte súbita devido à instalação de arritmias potencialmente fatais. Necessita-se, portanto, que casos similares sejam conduzidos por especialista e seja adotada terapêutica com uso de betabloqueadores para impedir a progressão da disfunção miocárdica e bloqueadores dos receptores de angiotensina ou inibidores da enzima conversora de angiotensina a fim de regular o sistema renina-angiotensina-aldosterona, pois, são comprovadamente úteis na redução da fibrose do tecido cardíaco. Assim, haverá melhora geral da função cardíaca e mitigação da mortalidade, uma vez que se evita novos desarranjos de condução elétrica no miocárdio.
Palavras Chave
fibrilação, atrial, miocardite
Área
Clínica Médica
Instituições
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - Minas Gerais - Brasil
Autores
GUSTAVO FERNANDES DA SILVA