23º Congresso Brasileiro de Economia

Dados do Trabalho


Título

Efeitos gravitacionais da cultura e das instituições no Brasil no contexto das migrações internas

Resumo

Este artigo realizará uma análise empírica do papel da cultura, instituições e religião no ingresso migratório da população brasileira utilizando o modelo gravitacional tradicionalmente usado no campo internacional da economia. Avaliamos o efeito do orgulho de ser brasileiro e da confiança na suprema corte entre outros elementos culturais. Confirmamos algumas expectativas sobre o poder explicativo da cultura, instituições e distância da religião para o movimento de pessoas nos municípios brasileiros. Empregamos dados do Censo e Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) considerando que o local de origem é o lugar de nascimento dos indivíduos. Sobre cultura, instituições e religião usamos dados do LAPOP (Projeto de Opinião Pública da América Latina). Todos os dados são de 2010.
Avaliamos a heterogeneidade dessa análise com um modelo gravitacional em sua forma multiplicativa via pseudo-poisson máxima verossimilhança (PPML). Esta metodologia postula que estimar equações gravitacionais em sua forma aditiva por mínimos quadrados ordinários (OLS) leva à inconsistência na presença de heterocedasticidade e ao aconselhamento para estimar modelos gravitacionais em sua forma multiplicativa. Então, nesse sentido, usamos esse modelo para fornecer algumas percepções. Os resultados da linha de base estão alinhados com o modelo gravitacional tradicional, porque podemos ver a relação negativa entre o influxo migratório e o tempo entre as cidades. Além disso, podemos ver que o tempo, a origem do produto interno bruto (PIB), a origem e a densidade populacional do destino são pontos comuns observados por esta literatura. Por isso, acrescentamos outras variáveis que são igualmente importantes para explicar o influxo de migrantes entre os municípios brasileiros. Consideramos que as distâncias institucionais, culturais e religiosas são relevantes para explicar os fatores de empurrar e puxar para migrar. Os resultados da linha de base indicam que a confiança da comunidade, a liberdade política e a corrupção são relevantes para explicar os efeitos de atração e repulsa por meio desse modelo de gravidade.
Nossos modelos empíricos têm uma boa adequação aos dados e explicam uma proporção substancial da variação encontrada nas correlações prévias. Sobre os efeitos das instituições, temos um efeito significativo no sistema político e na liberdade do sistema. Os efeitos culturais são negativos para a confiança na suprema corte do Brasil. Este resultado pode ser uma evidência sobre a confiança na sociedade. Vemos também que a confiança na igreja evangélica não é relevante neste modelo. O mesmo resultado que fornecemos com a confiança da comunidade, trabalho duro, imigrar intenção ou ser uma pessoa crítica. Voltando às variáveis de controle, os resultados das variáveis de controle são geralmente consistentes com os resultados de pesquisas anteriores. O presente artigo fornece fortes e robustas evidências de que viver em uma cultura pode afetar positivamente a migração de influxo na economia brasileira, respondendo por movimentos que ocorreram desde o período de nascimento e respondendo pelos fatores culturais, institucionais e religiosos.

Abstract

This paper will conduct an empirical analysis of the role of cultural, institutional and religion in migration inflow of brazilian population using traditional gravity model in the international field of economics.

Palavras Chave

migração interna, distância cultural, modelo gravitacional, distância institucional

Keywords

internal migration, cultural distance, gravity model, institutional distance

Referências

Aldashev, A. and Dietz, B. (2014). Economic and spatial determinants of interregional migration in kazakhstan. Economic Systems, 38 (3), 379–396. Anderson, J. E. (2011). The gravity model. Annu. Rev. Econ., 3 (1), 133–160. — and Van Wincoop, E. (2003). Gravity with gravitas: a solution to the border puzzle. American economic review, 93 (1), 170–192. —andYotov, Y.V.(2010).Thechangingincidenceofgeography.AmericanEconomicReview, 100 (5), 2157–86. Borjas, G. J. (1989). Economic theory and international migration. International migration review, 23 (3), 457–485. Carey, H. C. (1858). Principles of social science. philadelphia: J. J. Lippincott. Cheng, I.-H., Wall, H. J. et al. (2004). Controlling for heterogeneity in gravity models of trade and integration. Tech. rep. Chetty, R., Hendren, N. and Katz, L. F. (2016). The effects of exposure to better neighborhoods on children: New evidence from the moving to opportunity experiment. American Economic Review, 106 (4), 855–902. Combes, P.-P.,Duranton, G.andGobillon, L.(2010).Theidentificationofagglomeration economies. Journal of economic geography, 11 (2), 253–266. —andGobillon, L.(2015).Theempiricsofagglomerationeconomies.InHandbook of regional and urban economics, vol. 5, Elsevier, pp. 247–348. Duranton, G. and Puga, D. (2004). Micro-foundations of urban agglomeration economies. In Handbook of regional and urban economics, vol. 4, Elsevier, pp. 2063–2117. Etzo, I. (2011). The determinants of the recent interregional migration flows in italy: a panel data analysis. Journal of Regional Science, 51 (5), 948–966. Falck, O., Lameli, A. and Ruhose, J. (2018). Cultural biases in migration: Estimating non-monetary migration costs. Papers in Regional Science, 97 (2), 411–438. Glaeser, E. L. (1999). Learning in cities. Journal of urban Economics, 46 (2), 254–277. — and Mare, D. C. (2001). Cities and skills. Journal of labor economics, 19 (2), 316–342. Greenwood, M. J. (1985). Human migration: Theory, models, and empirical studies. Journal of regional Science, 25 (4), 521–544. Grigg, D.B.(1977).Egravensteinandtheâlawsofmigrationâ.JournalofHistoricalgeography, 3 (1), 41–54.
15
Karemera, D., Oguledo, V. I. and Davis, B. (2000). A gravity model analysis of international migration to north america. Applied Economics, 32 (13), 1745–1755. Korpi, M. and Clark, W. A. (2017). Migration and occupational careers: The static and dynamic urban wage premium by education and city size. Papers in Regional Science. Lee, E. S. (1966). A theory of migration. Demography, 3 (1), 47–57. Linnemann, H. (1966). An econometric study of international trade flows. 42, North-Holland Pub. Co. Peeters, L. (2012). Gravity and spatial structure: The case of interstate migration in mexico. Journal of Regional Science, 52 (5), 819–856. Piras, R. (2017). A long-run analysis of push and pull factors of internal migration in italy. estimation of a gravity model with human capital using homogeneous and heterogeneous approaches. Papers in Regional Science, 96 (3), 571–602. Ravenstein, E. (1889). The laws of migration. Journal of the Royal Statistical Society, 52 (2), 241–305. Ravenstein, E. G. (1885). The laws of migration. Journal of the statistical society of London, 48 (2), 167–235. Roback, J. (1982). Wages, rents, and the quality of life. Journal of political Economy, 90 (6), 1257–1278. Roca, J. D. L. and Puga, D. (2017). Learning by working in big cities. The Review of Economic Studies, 84 (1), 106–142. Silva, J. S. and Tenreyro, S. (2006). The log of gravity. The Review of Economics and statistics, 88 (4), 641–658. Vanderkamp, J. (1977). The gravity model and migration behaviour: An economic interpretation. Journal of Economic Studies, 4 (2), 89–102. Weeks, J. (2011). Population: An introduction to concepts and issues. Nelson Education. Zipf, G. K. (1946). The p 1 p 2/d hypothesis: on the intercity movement of persons. American sociological review, 11 (6), 677–686.

Área

Bloco II – Desenvolvimento - Economia Regional no contexto da Economia Nacional

Instituições

Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

DAISY ASSMANN LIMA, PHILIPP EHRL