Palavra do Presidente da ABDEH


Um país com aproximadamente 210 milhões de habitantes, onde a expectativa média de vida já atinge os 76 anos, com o PIB batendo a casa dos R$ 7 trilhões, 7o maior mercado de saúde do mundo, responsável por 9,7% do PIB nacional, com 300.000 estabelecimentos de saúde, dos quais 6.702 são hospitais (64% privados / 36% públicos), falar sobre a Saúde e a Cadeia de Valor envolvida, é uma tarefa complexa, que, nos dias atuais, demanda conexão com as inúmeras frentes de trabalho envolvidas, e principalmente, o entendimento da diversidade dos agentes que compõem este cenário.

IX CBDEH Recife 2021 – Conexão e Diversidade nos Espaços de Saúde. Tema mais que apropriado para o momento de reflexões que estamos vivenciando.

Os sistemas de saúde precisam ser redesenhados radicalmente. Reajustar o foco, colocar as necessidades da população em primeiro lugar, empoderar pacientes e promover o cuidado, não apenas tratar as doenças.

Questões como segurança, efetividade, paciente no centro do cuidado, eficiência e igualdade no acesso à saúde merecem mais atenção e devem se tornar, cada vez mais, objetos de melhoria contínua.

Um caminho para melhorar este cenário talvez seja que, os ambientes de saúde trabalhem com base no objetivo triplo: promover melhorias na saúde da população, na experiência do paciente e no custo per capita com saúde (Triple Aim). Um ponto que parece ser crucial neste novo momento é que o hospital precisa se reinventar e entender que já não deve mais estar no centro de todo o cuidado... deve assumir o papel de integrador do sistema!

O sistema pode funcionar muito bem, com alta tecnologia e capacidade para fazer os exames mais modernos possíveis, mas, o trabalho precisa acontecer na comunidade, olhar para as necessidades da população, não só do paciente. As pessoas precisam de prevenção, cuidados mentais, emocionais, hábitos saudáveis, enfim melhora na qualidade de vida. Para alcançar esses objetivos será necessário o exercício de repensar todo o sistema de saúde, e por incumbência, redesenhar os espaços, levando em conta as características de um “cidadão do futuro”. Um cidadão que ocupa o posto de parceiro do médico, que prima pela agilidade e economia, e que espera que o atendimento que receba considere o que é importante para ele naquele momento, um atendimento que promova o bem-estar antes da cura, que seja descomplicado, colaborativo e abundante.

Sejam todos bem-vindos ao IX CBDEH!

Vamos criar juntos o futuro dos Espaços de Saúde no Brasil!

 

Emerson da Silva

Presidente da ABDEH