Dados do Trabalho
Título
ANEMIA HEMOLITICA AUTOIMUNE COMO APRESENTAÇAO INICIAL DE LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO EM HOMEM – RELATO DE CASO
Introdução
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico(LES) é uma doença autoimune de causa desconhecida que atinge, geralmente, mulheres jovens(10:1). Caracteriza-se pelo acometimento de diversos órgãos e produção de autoanticorpos. As manifestações clínicas são de amplo espectro, variando de sintomas constitucionais como fadiga e emagrecimento, acometimento cutâneo(50-70% dos pacientes) e articular(até 90%), até o envolvimento renal e hematológico. As anormalidades hematológicas são frequentes no LES, principalmente por anemia de doença crônica (50%) e anemia hemolítica, relativamente rara (10%). As anemias hemolíticas autoimunes são incomuns, sendo caracterizadas pela destruição periférica de eritrócitos por autoanticorpos(como IgG) dirigidos aos antígenos eritrocitários. Elas podem surgir antes do diagnóstico do LES, podendo ter apresentação grave, necessitando de tratamento imediato.
Objetivos
Objetivo: Relatar um caso de diagnóstico de LES em homem, a partir da apresentação de anemia hemolítica.
Descrição do caso
Descrição do caso: Masculino, 43 anos, sem comorbidades conhecidas, interna por perda ponderal(10% do peso em 3 meses) e fadiga intensa com anemia importante, tendo realizado diversas transfusões em hospital anterior. Previamente hígido. Emagrecido, hipocorado(3+/4+), dermatite ocre em membro inferior direito, fenômeno de Raynaud em mãos e icterícia(1+/4+). Laboratório de admissão com Hemoglobina=3,4, Hematócrito=11,9, Plaquetas=93000, Bilirrubina total=2,66, Bilirrubina indireta=2,07, Desidrogenase lática=1422, Coombs direto positivo. Realizado diagnóstico de anemia hemolítica e iniciado pesquisa das causas como autoimunidade. Laboratório com Fator antinuclear=1/640(Citoplasmático pontilhado reticulado), Fator reumatoide=76,7, Anti-DNA=40,93, C3=82,5, C4= 14,3, IgG=3440 e proteinúria 24h=810mg. Com o quadro clínico e exames laboratoriais, foi aventada a hipótese diagnóstica de anemia hemolítica autoimune induzida por lúpus eritematoso sistêmico. Realizou pulsoterapia com metilprednisolona e prednisona, apresentando melhora da crise. Recebe alta hospitalar, estável clinicamente, em tratamento ambulatorial com hidroxicloroquina e micofenolato de mofetila.
Conclusões
Conclusões: A anemia hemolítica autoimune é uma entidade relativamente rara que pode ter apresentação grave para o paciente, necessitando de tratamento precoce. As manifestações clínicas e laboratoriais se complementam e devem aumentar o grau de suspeição para o diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico, até mesmo em homens.
Palavras Chave
ANEMIA HEMOLÍTICA; LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Área
Trabalhos Científicos
Instituições
HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
BEATRIZ LIMA GUIMARAES GOMES, BRUNA PEDROSA, EDUARDA FERNANDES MESQUITA, KHERLON COGO ZAMBON, CIBELE FRANZ