Dados do Trabalho


Título

ENCEFALOPATIA SEPTICA E HIPERCALCEMIA MODERADA COMO FATORES LIMITANTES A REABILITAÇAO NEUROLOGICA EM PACIENTE POS ACIDENTE VASCULAR ENCEFALICO HEMORRAGICO: UM RELATO DE CASO

Introdução

Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é uma condição de grande morbimortalidade globalmente, que causa déficits neurológicos usualmente passíveis de reversibilidade parcial por meio de reabilitação. Apesar de déficits esperados em pacientes pós AVE, outras causas reversíveis de comprometimento neurológico, como distúrbios hidroeletrolíticos e encefalopatias, devem ser monitoradas e manejadas, a fim de garantir melhores condições de reabilitação e evolução ao paciente.

Objetivos

Objetivos: Demonstrar a importância de investigar diagnósticos diferenciais em pacientes com alterações neurológicas sustentadas, ainda que em contexto pós AVE, especialmente em internações prolongadas, com resposta insatisfatória às medidas de reabilitação.

Descrição do caso

Descrição do caso: Paciente 34 anos, masculino, portador de doença renal crônica dialítica por glomeruloesclerose segmentar focal, internado devido a AVE hemorrágico por sangramento intraparenquimatoso, submetido a craniectomia descompressiva. Internação prolongada em leito de terapia intensiva, com trabalhos de reabilitação precoce com fisioterapia e fonoaudiologia, porém sem resposta satisfatória. Quadro complicado por sepses recorrentes, sendo a última por infecção em fístula arteriovenosa. Por cerca de 45 dias após o AVE, o paciente manteve comprometimento neurológico severo, com ganhos funcionais oscilantes, restrito a pouca interação com o meio e o examinador, eventualmente respondendo a comandos simples. A finalização do último ciclo de antibiótico coincidiu com diagnóstico de hipercalcemia moderada, corrigida por meio de ajuste no dialisato. A partir de então, o paciente apresentou ganhos neurológicos exponenciais, permanecendo vígil, respondendo a exercícios de deglutição e coordenação de fala. Previamente a este período, mantinha-se restrito ao leito com movimentos descoordenados. Manteve paresia de membro superior esquerdo, contudo recuperou tônus e controle muscular progressivamente, evoluindo em 13 dias para sua primeira caminhada no corredor do hospital com auxílio de sua cuidadora. Não recorreu com abaixamento de sensório ou novas perdas neurológicas.

Conclusões

Conclusão: Pacientes pós AVE apresentam déficits neurológicos compatíveis com a extensão e localização de sua lesão. Contudo, mesmo naqueles com acometimento importante, monitorar e corrigir distúrbios hidroeletrolíticos, infecção ou mesmo delirium é essencial para garantir potencial máximo de reabilitação do paciente, tendo impacto decisivo em sua qualidade de vida.

Palavras Chave

Palavras chave: acidente vascular encefálico, déficit neurológico, reabilitação, hipercalcemia, encefalopatia séptica

Área

Trabalhos Científicos

Autores

CAMILA MARTINS DA SILVA, LUÍZA MARIA DE ALMEIDA SOUSA, GIOVANA SCOPARO MURATORI OLIVEIRA, BRENO DE FILIPPO REZENDE, FERNANDA PEREIRA EULÁLIO DE SOUZA