Dados do Trabalho

Título

ATUAÇAO DE UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NOS CUIDADOS PALIATIVOS NO TRATAMENTO DE PACIENTE COM OBSTRUÇAO INTESTINAL MALIGNA E A NUTRIÇAO PARENTERAL DOMICILIAR EM CIDADE DO INTERIOR: UM RELATO DE CASO

Introdução

A nutrição parenteral (NP) domiciliar é uma terapia complexa que beneficia a muitos, mas deve ser adequadamente prescrita, preparada e administrada, podendo melhorar a qualidade de vida. O plano de cuidados deve incluir várias avaliações que demandam coordenação entre profissionais de saúde e prestadores de cuidados dentro e fora do hospital.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente jovem com Doença de Crohn (DC) associada a adenocarcinoma intestinal e obstrução intestinal maligna evoluindo com síndrome disabsortiva, com ênfase no manejo nutricional do primeiro caso de NP domiciliar em uma cidade do interior.

Descrição do caso

Paciente sexo masculino, 38 anos, diagnosticado com DC aos 19 anos, intercorreu em 2019 com fístula entero-entérica, submetido a íleocolectomia direita. O anatomopatológico evidenciou adenocarcinoma de intestino com margens livres, sem indicação de quimioterapia, havendo abandono do seguimento. Em 2020 iniciou dor abdominal, diarréia e perda de 21% do peso em 6 meses. Apresentou obstrução intestinal completa, realizada jejunostomia a 40 cm do ângulo de Treitz. Iniciou NP e quimioterapia precoces. Organizada a manutenção da NP domiciliar por equipe multidisciplinar e planejamento nutricional via oral, conforme patologia e preferências do paciente. Acompanhamento com ênfase em cuidados paliativos (CP), a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente e família, possibilitando dias de viagens ao sítio, seu local “sagrado”. Em 2021 apresentou metástases pulmonares e piora clínica gradativa. Iniciou hemorragia digestiva após a festa de comemoração de 40 anos, evento que reuniu familiares e amigos. Foi hospitalizado após 1 ano e 2 meses do diagnóstico e em poucos dias evoluiu para óbito sem necessidade de sedação e sem desconfortos. A terapia nutricional (TN) deve ser instituída precocemente, integrada ao planejamento de cuidados de fim de vida. A NP possui indicações específicas e deve ser realizada por equipe capaz de exercer os princípios dos CP, possibilitando a desospitalização do paciente, manutenção do seu círculo de convivência, atividades habituais, favorecendo melhor qualidade de vida. Em fim de vida, deve ser realizada comunicação eficaz para explicar os malefícios que a nutrição indevida pode causar.

Conclusões

A TN em CP deve ser individualizada após avaliação de riscos potenciais e benefícios esperados, considerando a vontade de pacientes e familiares e os aspectos clínicos, bioéticos e prognóstico.

Palavras Chave

Cuidados paliativos; Equipe multiprofissional; Nutrição parenteral; Obstrução intestinal.