Dados do Trabalho

Título

A HIPERTENSAO RENOVASCULAR COMO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE HIPERTENSAO ARTERIAL DE DIFICIL MANEJO: RELATO DE CASO

Introdução

Estima-se que 5 a 10% das pessoas, vivendo com pressão arterial elevada, possuem hipertensão secundária e a estenose de artéria renal é uma importante causa, tendo como principais etiologias a aterosclerose e a displasia fibromuscular (DFM), sendo esta em cerca de 10% dos casos. O diagnóstico da DFM é realizado por exames de imagem e o tratamento inclui algumas opções, preconizando-se, sempre, o manejo clínico da hipertensão.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente acometida por estenose de artéria renal, devido a displasia fibromuscular (DFM), com consequente hipertensão arterial secundária de difícil manejo. Correlacionar as principais características da doença com dados da literatura.

Descrição do caso

Trata-se de uma paciente, sexo feminino, 53 anos, com quadro de urgência hipertensiva (PA de 220 x 110 mmHg) associada a vertigem, náuseas e vômitos incoercíveis. História prévia de obesidade, não fazia uso de medicações e negou hábitos de etilismo e/ou tabagismo. Manteve difícil controle pressórico e, nesse contexto, realizou exames laboratoriais, que evidenciaram: potássio 3,1 mEq/L e magnésio 1,6 mg/dl; E os demais, como hemograma, PCR, função renal e sódio, sem alterações. Foi iniciada, então, propedêutica complementar para hipertensão arterial secundária, com resultados: colesterol total 196 mg/dL; LDL 137 mg/dL; HDL 38 mg/dL; triglicérides 103 mg/dl; atividade plasmática da renina 0,83 ng/mL; potássio de 24 horas na urina 32 mEq; insulina plasmática 7,6 uU/ml; cortisol 16 mcg/dL; aldosterona 3 ng/dL; e sumário de urina normal. Foi solicitada Tomografia Computadorizada de Abdome Total, que identificou placa ateromatosa na artéria aorto-ilíaca, em destaque na emergência da artéria renal esquerda, com consequente redução de calibre. Já na Arteriografia Renal bilateral foi constatado um comprometimento difuso da artéria renal direita, com imagem em “colar de contas”, compatível com DFM. Foi iniciado Bisoprolol 2,5mg/dia, Enalapril 20mg/dia e Anlodipino 2,5mg/dia, que promoveu melhora clínica e estabilidade hemodinâmica. Na alta hospitalar foi orientada manejo clínico da hipertensão e acompanhamento regular com nefrologista.

Conclusões

A doença renovascular é uma importante etiologia de hipertensão arterial secundária. O diagnóstico pode ser desafiador, entretanto é de suma importância que se conheça dados da literatura, para a detecção precoce dessas condições, levando a um tratamento bem empregado, com melhora da qualidade de vida do paciente.

Palavras Chave

HIPERTENSÃO ARTERIAL; HIPERTENSÃO RENOVASCULAR; DISPLASIA FIBROMUSCULAR; ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL;