Dados do Trabalho


Título

PACIENTE 49 ANOS COM ABSCESSO EM MEMBRO SUPERIOR DIREITO POR CA-MRSA E EMBOLIZAÇAO SEPTICA A DISTANCIA

Introdução

CA-MRSA (Staphylococcus Aureus resistente à meticilina adquirido na comunidade) foi, primeiramente, relatado na década de 80 entre usuários de drogas injetáveis (UDI) e desde então sua prevalência tem aumentado. Os principais grupos de risco são os UDI, portadores de HIV entre outros. Os locais de predominância são a pele e os tecidos moles, mas também, podem ser responsáveis por doenças invasivas, geralmente por meio da disseminação hematogênica como a embolia séptica pulmonar (ESP) que apesar de incomum, é uma grave complicação que não possui um critério diagnóstico bem definido, baseado pela presença de abscessos no parênquima pulmonar e infecção de corrente sanguínea (ICS). Além disso, há a espondilodiscite que devemos suspeitar no caso de lombalgia e presença de ICS.

Objetivos

Destacar a importância de detectarmos precocemente os possíveis focos de êmbolos sépticos para evitarmos complicações. Alertar que a infecção por CA-MRSA pode ocorrer mesmo na ausência dos principais fatores de risco.

Descrição do caso

Paciente 49 anos, portador de HAS, tabagista e etilista, admitido devido abscesso cutâneo em membro superior direito (MSD) após trauma local que evolui durante 3 semanas com sinais flogísticos, febre não aferida, perda ponderal de 10kg e dor lombar. Realizado Tomografia Computadorizada (TC) do MSD o qual evidenciou imagem compatível com coleção além de múltiplas lesões nodulares no tórax de tamanhos variados, algumas com centro necrótico, esparsas bilateralmente. Negava dor torácica ou tosse. Realizada drenagem do abscesso com saída de secreção purulenta e identificado MRSA na cultura e hemocultura (HMC). Prescrito vancomicina por 21 dias, mas devido a persistência da bacteremia foi necessário estender a antibioticoterapia por 40 dias para resolução da mesma. Durante esse período foi realizado nova drenagem do abscesso e novos exames de rastreio para identificar novos focos o qual foi evidenciado espondilodiscite e descartado endocardite ou abscesso esplênico.

Conclusões

Paciente adulto sem os principais fatores de risco para MRSA. Interna para tratamento do abscesso cutâneo e investigação da etiologia dos múltiplos nódulos pulmonares. Apesar de raro, os êmbolos pulmonares sépticos não precisam estar acompanhados dos sintomas mais comuns como febre e dispneia. Ademais, é importante o acompanhamento da bacteremia por meio da HMC e investigação de novos focos sépticos.

Palavras Chave

Staphylococcus Aureus; Abscesso Cutâneo; Êmbolos sépticos; Disseminação hematogênica

Área

Trabalhos Científicos

Autores

MARIEL ARAUJO LIZARRALDE, THAIS FONTES FERREIRA, AMANDA VIANNA PEDROSA, RENAN MATIAS BARBOSA, MATHEUS VASCONCELOS FERREIRA