Dados do Trabalho


Título

PANCREATITE AGUDA SECUNDARIA A HIPERCALCEMIA DA MALIGNIDADE EM PACIENTE PORTADORA DE LEUCEMIA/LINFOMA ASSOCIADO AO HTLV: UM RELATO DE CASO

Introdução

Introdução:

A pancreatite aguda é uma entidade frequente na prática clínica, comumente associada a etilismo, cálculo biliar ou hipertrigliceridemia. Contudo, principalmente em pacientes portadores de endocrinopatias e doenças oncológicas e/ou hematológicas, a hipercalcemia grave tem sido descrita na literatura como uma causa incomum, porém relevante de pancreatite aguda.

Objetivos

Objetivos:

Enfatizar a importância de causas menos comuns no diagnóstico diferencial da etiologia da pancreatite aguda, como a hipercalcemia - especialmente em pacientes portadores de malignidade.

Descrição do caso

Descrição do caso:
Paciente 45 anos, sexo feminino, em investigação inicial de quadro sugestivo de Leucemia/ Linfoma de células T do adulto, com história de perda de peso, anemia, hepatoesplenomegalia, com 3 meses de evolução. Tal quadro tardiamente foi associado a fraqueza muscular e letargia, dor abdominal intensa, náuseas, vômitos e intolerância alimentar. Revisão laboratorial de admissão evidenciou hipercalcemia grave (cálcio iônico 8,4mg/dl / Cálcio total 16,2 mg/dl / Cálcio corrigido para albumina 17,1 mg/dl), amilase 1870 U/L e lipase 16075 U/L – fechando diagnóstico de pancreatite aguda. Ultrassonografia de abdome não evidenciou cálculo ou dilatação de vias biliares. Triglicérides dentro da normalidade. Paciente sem história de alcoolismo ou libação alcoólica. Nesse sentido, devido ausência de demais critérios para as etiologias mais comuns, constatada pancreatite aguda secundária a hipercalcemia grave.

A hiper-hidratação – tratamento instituído tanto para hipercalcemia quanto para pancreatite aguda - foi medida inicial, associada a dose de bifosfonado (pamidronato dissódico). A paciente evoluiu com melhora sintomática progressiva após correção do distúrbio iônico e do suporte clínico. Não apresentou nenhuma complicação tardia associada à pancreatite. Seguiu em boas condições clínicas para seguimento da propedêutica e tratamento hematológico.

Conclusões

Conclusão:

Apesar de pouco comum na população em geral, a hipercalcemia deve ser considerada no diagnóstico diferencial para a etiologia de quadros de pancreatite aguda. Este distúrbio eletrolítico está comumente associado a pacientes portadores de malignidade, dos quais 20 a 30% desenvolvem hipercalcemia, ou mesmo nos que apresentam endocrinopatias primárias ou secundárias, como os doentes renais crônicos. Nesse sentido, a abordagem integral e sistemática do paciente é essencial para diagnóstico e manejo adequados na prática clínica.

Palavras Chave

Hipercalcemia; Pancreatite aguda

Área

Trabalhos Científicos

Autores

BRENO DE FILIPPO REZENDE, FERNANDA PEREIRA EULALIO DE SOUZA, JULIA CAROLINA LEITE, RUI LAFAIETE BRASIl NETO, ALINE CAMILLE YEHIA