Dados do Trabalho
Título
PERICARDITE PURULENTA ESPONTANEA POR S. CONSTELLATUS: RELATO DE CASO
Introdução
Pericardite purulenta é uma patologia rara, que ocorre quando há a presença de derrame pericárdico neutrofílico infectado por um agente microbiano. Clinicamente cursa com dor torácica, atrito pericárdico e dispneia. Porém, seu diagnóstico é frequentemente tardio, quando do aparecimento de sintomas graves, sinais de tamponamento ou mesmo apenas na autópsia.
Objetivos
Relatar o caso de paciente imunocompetente com pericardite purulenta por germe incomum, de forma a enfatizar a importância da alta suspeição do diagnóstico e sua abordagem precoce.
Descrição do caso
Paciente de 40 anos, hipertenso e renal crônico não-dialítico, com quadro de dor torácica ventilatório-dependente, de forte intensidade, associada a sudorese e náuseas e elevação de níveis pressóricos. Realizada investigação propedêutica e descartados diagnósticos de síndrome coronariana aguda e dissecção de aorta. Realizou ecocardiograma transtorácico, com derrame pericárdico e sinais de tamponamento cardíaco. Foi encaminhado ao bloco cirúrgico em caráter de urgência para realização de drenagem pericárdica aberta com dreno mediastinal e coleta de culturas. Três dias depois, evoluiu com febre e piora dos parâmetros infecciosos laboratoriais, sendo iniciado antibioticoterapia com Tazocin. Após resultado de cultura, que evidenciou presença de Streptococcus constellatus, foi descalonado antibioterapia para Ciprofloxacino e Clindamicina. Porém, paciente evoluiu com piora clínica e drenagem de grande quantidade de secreção purulenta por ferida operatória, sendo novamente alterado esquema de antibióticos para Vancomicina e Meropenem. Após troca terapêutica, evoluiu com melhora clínica e ferida em bom aspecto, recebendo alta hospitalar com proposta de uso dos antibióticos por quatro semanas.
Conclusões
Atualmente, a pericardite purulenta associa-se a cirurgia torácica recente, malignidade, imunossupressão, colagenoses e trauma torácico. É extremamente incomum ser de surgimento espontâneo e mais ainda ter em sua patogênese o germe Streptococcus constellatus.
A doença pode evoluir com complicações potencialmente fatais, como tamponamento cardíaco e pericardite constritiva. Porém, se o tratamento for instituído nas fases iniciais, a mortalidade é baixa (<10%). Assim, o diagnóstico precoce e a rápida intervenção são fundamentais na prática médica.
Palavras Chave
Pericardite purulenta; Antibióticos; Gram-positivos; Streptococcus constellatus.
Área
Trabalhos Científicos
Instituições
Hospital Santa Rita - Minas Gerais - Brasil
Autores
PAULA MEYER DE LIMA SILVEIRA, DANRLEY DUARTE CORREA, LUMA RIBEIRO BARBOSA, JÚLIA OLIVEIRA AGUIAR VASCONCELOS, CAMILA ALCÂNTARA QUIDIGNO