Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM INICIAL DE PACIENTE COM SUSPEITA DE MONKEYPOX: RELATO DE CASO

Introdução

O vírus Monkeypox foi primeiramente descrito em humanos em 1970 e em 2022 o número de casos aumentou significativamente.

Objetivos

Discutir a abordagem do paciente na suspeita de Monkeypox com quadro clínico leve.

Descrição do caso

Homem de 48 anos, previamente hígido, comparece a Pronto Atendimento em julho de 2022 relatando que há duas semanas surgiram pequenas vesículas em seu pênis, com aumento progressivo e transformação em pústulas e úlceras. Foi realizada investigação de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), com resultados negativos. Queixava também de tosse seca, odinofagia, calafrios e linfadenomegalia cervical. Usou amoxicilina + clavulanato por 3 dias, sem melhora. À avaliação o paciente apresentava-se em bom estado geral, com lesões cutâneas em mãos, braços, dorso e pênis, em diversas fases evolutivas (vesículas, pústulas e úlceras). Havia hiperemia intensa de amígdalas, com placa extensa de cor branca-acinzentada à direita e placas menores à esquerda. Foi coletado o swab das lesões para pesquisa de Monkeypox e realizada a notificação. A amostra foi positiva para o vírus.
Até 2022 foram descritos raros casos de Monkeypox em humanos, e a atual epidemia deixou a doença em evidência. A transmissão ocorre por meio do contato com lesões de pessoas contaminadas ou objetos contaminados, podendo ocorrer a transmissão via gotículas em caso de contato próximo e prolongado. O período de transmissibilidade vai desde o aparecimento dos sintomas até a cicatrização completa das lesões. O quadro clínico pode cursar com febre, calafrios, fadiga, cefaleia, mialgia, odinofagia, linfadenopatia e lesões de pele. As lesões se apresentam como máculas e pápulas, evoluindo para vesículas e pústulas, com úlceras e crostas posteriormente. Geralmente é autolimitado, com duração de 14-28 dias. O teste confirmatório é feito por meio de swab das lesões e coleta de sangue.

Conclusões

Com o aumento do número de casos de Monkeypox, é importante identificar os quadros sugestivos da doença, especialmente em pacientes com lesões cutâneas de erupção recente. Diante da suspeita deve ser realizada a notificação imediata e entrar em contato com a Secretaria de Saúde para que o paciente possa ser acompanhado. Deve-se também descartar a possibilidade de IST como diagnóstico diferencial. O isolamento é essencial para evitar a propagação da doença. Casos leves não necessitam de tratamento específico, podendo ser medicados com sintomáticos conforme o quadro.

Palavras Chave

Monkeypox
Lesões cutâneas
Varíola do macaco

Área

Trabalhos Científicos

Autores

JUNIA DE AGUIAR LAGE, VANESSA KELLY RODRIGUES COSTA, LUÍSA HEMETRIO LAZARINI, LETÍCIA PONTES REIS, KENIA FERREIRA ROSA