Dados do Trabalho


Título

ABSCESSO HEPATICO PIOGENICO COM EVOLUÇAO SUBAGUDA: RELATO DE CASO

Introdução

O abscesso hepático piogênico (AHP) é provocado por coleção purulenta intra-hepática, secundária a infecção bacteriana, podendo causar choque séptico, ruptura com peritonite e cirrose. Incidência estimada de 2,3 casos por 100 mil, mais comum no sexo masculino.

Objetivos

Relatar o caso de abscesso hepático piogênico e auxiliar no diagnóstico precoce.

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 35 anos, histórico de anemia ferropriva, obesidade, transtorno de ansiedade e cirurgia bariátrica, procurou atendimento com queixa de dor no ombro direito e cervicalgia, sem demais sintomas ou alterações clínicas, recebendo alta com analgésicos. Após oito dias, evoluiu náuseas, vômitos, febre e mal-estar. Relato de diarréia 2 meses antes, sem investigação. Ao exame físico apresentava-se com taquicardia e taquipnéia, com abdome globoso, doloroso à palpação em hipocôndrio direito. Laboratório com leucocitose e desvio para esquerda, dímero D e PCR elevados. Exame de imagem evidenciando lesão nodular, de contornos indefinidos e irregulares, lobulado, nos segmentos hepáticos VII/VIII, heterogênea, com densidade predominantemente líquida, medindo 120cm3. Em internação, apresentou transaminases e enzimas canaliculares elevadas com confirmação em tomografia abdominal de abscesso hepático. Iniciado ceftriaxona e metronidazol e realizada drenagem percutânea de 75 mL de conteúdo purulento. Apesar da presença de numerosos cocos e bastonetes no gram do líquido, a cultura foi negativa. Paciente evoluiu com episódios febris, que não recorreram após colocação do dreno, o qual fez uso por 4 semanas. Alta hospitalar após 14 dias de antibioticoterapia parenteral com clavulin.Os AHP ocorrem após extravasamento do conteúdo intestinal intra-abdominal com disseminação pela circulação portal, por infecção biliar, ou por via hematogênica no cenário de sepse. As manifestações clínicas são febre, dor abdominal, náuseas, vômitos, anorexia, perda de peso e mal-estar. O diagnóstico é confirmado através de lesão hepática na imagem, purulência na aspiração e/ou com bactérias identificadas no material. O tratamento consiste em drenagem e antibioticoterapia por quatro a seis semanas.

Conclusões

Diante da apresentação inicial, por vezes, inespecífica, o diagnóstico do AHP pode ser desafiador. A ausência de diagnóstico precoce pode aumentar as chances de morbimortalidade.

Palavras Chave

Abscesso hepático; Polimicrobiano; Apresentação clínica.

Área

Trabalhos Científicos

Autores

ALICE Moreira dos Santos Marques, LARISSA AMORA GOMES, LORENA FREITAS FERREIRA, LUCAS DORNELAS MOREIRA, RODRIGO SILVEIRA SANTOS