Congresso Paranaense de Biomedicina, I Congresso de Biomedicina Estética do Paraná, I Simpósio de Ciências Forenses e Laboratoriais, I Encontro das Mulheres Biomédicas

Dados do Trabalho


Título

Inovação dos cuidados de saúde: transplante de microbiota fecal para o tratamento da diarreia por Clostridium Difficile

Palavras-Chave

Infecções por Clostridium; Prática Clínica Baseada em Evidências; Transplante de Microbiota Fecal.

Fundamentação/Introdução

A infecção por Clostridium difficile (ICD) é uma complicação intimamente ligada aos cuidados de saúde, sendo a principal causa de diarreia no ambiente hospitalar, ocasionando aumento em sua incidência e altas taxas de morbimortalidade. A prevalência atual de ICD entre pacientes internados em UTI é estimada em 0,4 a 4% e tem impacto severo na morbimortalidade. Estima-se que 10 a 20% dos pacientes sejam colonizados por ICD, sem apresentar sinais de infecção, e os esporos podem ser encontrados em todas as UTI. O aumento da morbimortalidade relacionada a ICD nas últimas duas décadas está associado à emergência e à disseminação global de cepas de ICD potencialmente hipervirulentas e resistentes aos antibióticos. Embora vários antibióticos efetivamente tratem o quadro infeccioso, alguns indivíduos apresentam resistência ao tratamento convencional. Estes podem ser tratados com terapias de substituição de microbiota por meio de transplante de microbiota fecal (TMF). Gerenciar a ICD representa um grande desafio, uma vez que, o fator clínico e econômico é impactante.

Objetivos

Identificar na literatura científica internacional as vias de administração de TMF relatadas em estudos randomizados e a taxa de eficácia das respectivas vias.

Delineamento e Métodos

Revisão de literatura nas bases: Pubmed, Web of Science e Cochrane Central Register of Controlled Trials mediante cruzamento dos Mesh Terms: “clostridium difficile” e “fecal transplant”.

Resultados

A principal via de administração relatada foi o trato gastrointestinal inferior guiada por colonoscopia. Outras vias adotadas foram a retal, cápsulas orais, nasogástrica, nasoduodenal, nasojujenal e endoscópica. Entre as vias testadas não houve diferenças significativas para a resolução clínica da diarreia, no que concerne à eficácia de tratamento. De um total de 767 pacientes tratados, 641 (83%) apresentaram remissão do quadro, sendo 392 (51%) com administração única, e 249 com duas ou mais administrações. A eficácia do TMF encontra-se articulada com as vias de administração. Pacientes submetidos à TMF pela via gastrointestinal inferior recebem maior quantidade/concentração da terapêutica em comparação àqueles que receberam via rota superior.

Conclusões/Considerações finais

O TMF tem provado ser uma opção terapêutica segura e altamente eficaz para a diarreia recorrente por ICD. A entrega, no entanto, pode ser feita através de variadas vias, sendo a via gastrointestinal inferior mais eficaz para prevenção de recidiva infecciosa.

Área

Tema livre

Autores

CHAYANE KARLA LUCENA CARVALHO, MICHEL MARCOS DALMEDICO