Dados do Trabalho

Título

CARACTERIZAÇAO FENOTIPICA DE VESICULAS EXTRACELULARES DE TRYPANOSOMA CRUZI DURANTE O CICLO DE VIDA PARASITARIO

Palavras-Chave

Trypanosoma cruzi, doença de Chagas, sistema complemento, vesículas extracelulares.

Fundamentação/Introdução

A doença de Chagas é considerada pela Organização Mundial da Saúde como uma doença tropical negligenciada e representa um dos maiores problemas de saúde pública. Esta doença é causada pelo parasita protozoário Trypanosoma cruzi, que possui um ciclo de vida complexo alternando diferentes estágios entre o hospedeiro vertebrado (mamífero) e um hospedeiro invertebrado (inseto triatomíneo). O T. cruzi , parasita intracelular obrigatório, precisa invadir rapidamente células hospedeiras para produzir infecção. O protozoário tem desenvolvido vários mecanismos para evasão do sistema imunológico inato no hospedeiro, como: invasão nas células antes do sistema imune atuar, expressão de moléculas bloqueadoras de complemento e liberação de vesículas extracelulares (VEs).

Objetivos

Caracterizar o envolvimento de vesículas extracelulares de Trypanosoma cruzi das formas infectivas de T. cruzi (tripomastigota metacíclico e tripomastigota de cultura de tecido) na interação com células hospedeiras.

Delineamento e Métodos

Metodologia Experimental com ensaios de invasão celular in vitro, ensaios de lise mediada pelo complemento e ensaios de indução, purificação e detecção de vesículas extracelulares de T. cruzi em interação com células THP-1.

Resultados

Foram obtidas vesículas extracelulares de interação com células THP-1 com as cepas CL Brener e Dm28c nos estágios do ciclo de vida do protozoário em tripomastigotas metacíclicos e tripomastigota de cultura de tecidos. Essas (VEs) foram isoladas por ultracentrifugação e utilizadas em ensaios de lise mediada ao sistema complemento e em ensaios de invasão celular. Foi observado que as vesículas extracelulares vindas dos diferentes estágios inibem o sistema complemento e são capazes de aumentar a invasão de maneira diferente.

Conclusões/Considerações finais

As formas tripomastigotas metacíclicos e as formas tripomastigotas derivadas de cultura de tecido, têm diferentes rotas no interior do mamífero. As vesículas extracelulares liberadas pelo protozoário nos diferentes estágios, podem transferir fatores de virulência e biomoléculas para as células hospedeiras, aumentando a suscetibilidade do hospedeiro a infecção. A dinâmica de liberação de vesículas, os efeitos na inibição ao complemento e o aumento da invasão nas células eucarióticas, podem variar entre os estágios e cepas utilizadas nos ensaios in vitro. O conhecimento dos mecanismos envolvidos na liberação de VEs poderá ser utilizado para formulação de novas alternativas terapêuticas contra a doença.