Dados do Trabalho
Título
ESTRONGILOIDÍASE DISSEMINADA EVOLUINDO PARA QUADRO DE SEPSE EM PACIENTE IMUNOSSUPRIMIDO
Fundamentação/Introdução
Introdução: A estrongiloidíase é uma doença infecciosa causada pelo strongyloides stercoralis, um helminto que tem seu ciclo de vida completo no hospedeiro humano. A doença se dá, na grande maioria dos casos, pelo contato da pele com solo contaminado por larvas de S. stercoralis. Através da circulação sanguínea e dos vasos linfáticos o helminto alcança o pulmão e de forma ascendente chega ao topo da árvore brônquica sendo deglutido e finalizando seu ciclo evolutivo no trato gastrointestinal (TGI). No que diz respeito às manifestações clínicas, grande parte dos pacientes mostram-se assintomáticos ou com sintomas inespecíficos. As manifestações agudas e crônicas são marcadas por sintomas respiratórios, sintomas do TGI e queixas dermatológicas. As manifestações graves incluem hiperinfecção e infecção disseminada, sendo mais comum nos pacientes imunossuprimidos. O diagnóstico geralmente requer alto grau de suspeição uma vez que a grande maioria dos pacientes apresentam sintomatologia, exame clínico e exames laboratoriais inespecíficos
Objetivos
Relatar o caso de um paciente etilista crônico com estrongiloidíase disseminada e a evolução do quadro para sepse.
Delineamento e Métodos
Paciente de 45 anos, hipertenso e etilista de longa data foi internado com queixa de tosse seca e dispneia súbita há 5 dias. Apresentava leucocitose e elevação de PCR no hemograma. Iniciado antibioticoterapia mas sem resposta clínica satisfatória. Após 8 dias paciente evoluiu com piora da dispneia e dor ventilatório dependente, além de instabilidade hemodinâmica. Foi submetido a suporte de terapia intensiva devido quadro de sepse grave. Exames apresentavam leucocitose em ascensão e eosinofilia importante. Por suspeita principal de tromboembolismo pulmonar seguiu-se a realização de angiotomografia de tórax que evidenciou derrame pleural à direita e infiltrado pulmonar difuso.
Resultados
Apesar de tratamento com antibióticos de amplo espectro como vancomicina e meropenem a melhora clínica e laboratorial mais expressiva foi observada após início de terapia empírica com fluconazol e ivermectina por suspeita de estrongiloidíase disseminada. Diagnóstico confirmado após realização de sorologia pelo método ELISA.
Conclusões/Considerações finais
Por ser imunocomprometido o paciente apresentava risco acentuado de complicações durante a evolução da doença, e o diagnóstico tardio favorece esse quadro. Entretanto, após o diagnóstico e o tratamento instituído, observou-se um desfecho favorável do caso.
Palavras-chave
Estrongiloidíase; Strongyloides stercoralis; Sepse; Imunossupressão; Ivermectina
Área
Infectologia
Instituições
UNIVERSIDADE POTIGUAR - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
ANA CAROLINA ADRIANO BORGES DERIO, WENDDY DE LIMA CAVALCANTI LACERDA, LILLIAN KAROLINE DE OLIVEIRA ROCHA, JAILSON REGIS NOGUEIRA FILHO, GLAUBER DO VALLE DE MORAIS FEITOSA, GABRIELLA ELVIRA DE MEDEIROS SILVA