Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELAÇAO DA MELATONINA NA DOENÇA DE HUNTINGTON: O QUE DIZ A LITERATURA

Fundamentação/Introdução

A doença de Huntington (DH) é uma doença genética neurodegenerativa, causada pela expansão da repetição CAG no gene HTT (4p16.3), que caracteriza o desenvolvimento de distúrbios do movimento, alteração psiquiátrica e declínio cognitivo. Está associada a alterações no ritmo circadiano e sono, o qual é primordial na manutenção da homeostase do corpo, sendo a melatonina um dos principais marcadores. Esse hormônio é um fator neuroprotetor e alterações em seus níveis podem gerar prejuízos na função cognitiva.

Objetivos

Compreender se existe alguma relação entre a melatonina e estágios da DH.

Delineamento e Métodos

O trabalho trata-se de uma revisão integrativa entre os anos de 2015 e 2020. A string de busca aplicada foi: Melatonin OR “Receptors, Melatonin” AND “Huntington Disease”. Os bancos de dados utilizados foram PubMED, LILACs, Scielo e Scopus, onde foram considerados os idiomas inglês, português e espanhol. Os artigos obtidos foram plotados no Rayyan, onde seguiram-se as etapas de identificação, seleção, elegibilidade e inclusão.

Resultados

Após exclusão de duplicatas foram obtidos 37 artigos, em seguida selecionou-se 3 artigos, sendo um relato de caso e dois estudos de coorte. Dois estudos, dentre os quais foram com 11 homens, demonstrou não ter diferença entre a secreção de melatonina de pacientes em estágio I e II de DH quando comparados ao grupo controle, porém o mesmo não foi observado no estágio III, em que houve menor secreção da melatonina, sendo esse resultado relacionado a lesões do núcleo supraquiasmático do hipotálamo. Em um dos estudos, o grupo controle apresentou uma relação positiva no volume da massa cinzenta no hipotálamo esquerdo do grupo controle já em pacientes com pré-manifestação de DH, não foi observado nenhuma relação. No relato de caso de um paciente psiquiátrico, caucasiano, 52 anos e com DH, foi constatado que o uso oral de 21 mg de melatonina por duas noites, para combater a insônia, levou a volta de movimentos coreoatetóides, que cessaram 1 dia após a descontinuação da administração.

Conclusões/Considerações finais

Os níveis de melatonina parecem não se alterar em estágios de pré-manifestação, iniciais e intermediários de DH quando comparado a indivíduos saudáveis, constatando, ausência de alteração na homeostase desses pacientes. Embora a melatonina possa ter causado movimentos coreoatetóides em um paciente com DH, mais estudos precisam ser realizados para comprovar essa relação fisiopatológica.

Palavras-chave

Melatonina; Receptores de Melatonina; Doença de Huntington; Cognição.

Área

Neurologia

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - UFPB - Paraíba - Brasil

Autores

ANDRESSA GABRIELLA DUARTE DE QUEIROZ, Ana Lígia da Costa Pereira, Rayssa Gomes Santos Palmeira