Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

O USO DE CANABINOIDES NO TRATAMENTO DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTROFICA

Fundamentação/Introdução

A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma desordem degenerativa dos neurônios motores superiores e inferiores, levando a progressiva atrofia e fraqueza muscular, a disfagia e a disartria. Embora ainda não haja cura, diversas terapias são usadas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com ELA, dentre eles, recentes estudos vêm demonstrando que os canabinóides melhoram os sintomas associados a neurônios motores.

Objetivos

Analisar as recentes aplicações dos canabinóides no tratamento da ELA.

Delineamento e Métodos

Trata-se de uma revisão integrativa nas bases de dados LILACs, PubMED, Scielo e Scopus, com descritores para compor a string de busca “Amyotrophic Lateral Sclerosis” AND Cannabinoids OR Cannabidiol OR Cannabinol. Foram selecionados artigos de estudos primários publicados entre 2015 e 2020, em inglês, português e espanhol. As buscas e pré-seleção dos estudos foram realizadas por três pesquisadores independentes, utilizando o Rayyan, diante de conflitos foi realizada uma decisão conjunta.

Resultados

Foram obtidos 134 artigos e após exclusão de 36 duplicatas e formatos que não se enquadraram, selecionou-se 2 estudos randomizados. Segundo os artigos, no caso da ELA, o uso de canabinóides atua no tratamento seguro e eficaz da espasticidade, o aumento do tônus muscular, que por vezes é extremamente incapacitante e fonte de dor. Pode ainda reduzir sintomas correlacionados, como a dor, sendo seu diferencial frente a outros medicamentos testados, como baclofen e tizanidina. Em ambos os artigos é utilizado um spray de aplicação oral composto por 2,7 mg de THC e 2,5 mg de CBD para cada 100 mL em uma solução constituída 50% por etanol e 50% por propilenoglicol. Em um dos trabalhos, os melhores resultados foram alcançados para casos de espasticidade severa a moderada, por meio do uso de 7 ou mais doses por dia, enquanto o outro não especifica o grau do sintoma, mas determina 12 doses diárias como máximo. Em um dos estudos não foram relatados efeitos adversos, mas o outro relatou um perfil de consequências adversas caracterizado por: náusea, confusão, astenia e tontura.

Conclusões/Considerações finais

O uso dos canabinóides pode ser favorável como uma adição ao tratamento da ELA, pois, apesar de não ter ação significativa em todos os sintomas da doença, reduz os efeitos da espasticidade em casos de alta intensidade, destacável sintoma desta doença. Vale ressaltar que são necessários mais estudos para compreender os efeitos adversos gerados pela medicação.

Palavras-chave

Esclerose Amiotrófica Lateral; Canabinóides; Canabidiol; Canabinol.

Área

Neurologia

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - UFPB - Paraíba - Brasil

Autores

ANDRESSA GABRIELLA DUARTE DE QUEIROZ, Rayssa Gomes Santos Palmeira, Ana Lígia da Costa Pereira