Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HEPATITE AUTOIMUNE MIMETIZANDO HEPATITE VIRAL OU TOXICO-MEDICAMENTOSA: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Introdução: Hepatite autoimune (HAI) consiste numa doença imunomediada de caráter inflamatório crônico. Caracteriza-se pela presença de autoanticorpos séricos, hipergamaglobulinemia, elevação nos níveis de IgG e de aminotransferases, além da hepatite de interface – podendo haver infiltrado linfoplasmocitário na biópsia hepática. Sua apresentação clínica mais comum é a hepatopatia crônica. A HAI não comumente pode mimetizar quadro de hepatite viral ou tóxico-medicamentosa, munida de mal prognóstico se não tratada, com progressão para cirrose.

Objetivos

Objetivo: O presente estudo tem como objetivo relatar uma apresentação incomum de hepatite autoimune, a fim de perpassar a possibilidade prática do caso.

Delineamento e Métodos

Delineamento e métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, com abordagem qualitativa, relatando o caso de uma jovem com quadro de hepatite autoimune que se apresentou em forma de hepatite aguda.

Resultados

Resultados: Paciente de 19 anos, feminino, apresentou queixa de icterícia há 8 dias, não associada à colúria, acolia, prurido ou dor abdominal. Aos exames laboratoriais apresentou: bilirrubina total e direta elevadas; AST e ALT 25 e 35 vezes acima do limite da normalidade, respectivamente; tempo de protrombina aumentado; hemograma e funções renais normais; sorologias para hepatite B e C não reagentes; em demais exames, nada digno de nota. Embora frente à apresentação clínica aguda, o aumento das transaminases e a hiperbilirrubinemia permitiu seguir investigação de HAI. No seguimento, apresentou antimitocôndria, AML e anti-LKM não reagentes; FAN de padrão nuclear fino denso 1:160 e IgG 3140mg/dl. Assim, devido aos critérios diagnósticos presentes: FAN, IgG e ausência de hepatites virais, presumiu-se o quadro de HAI, iniciando tratamento com prednisona 0,5mg/kg/dia e azatioprina 50 mg/dia. Após duas semanas, a paciente apresentava-se estável e sem queixas, corroborando o diagnóstico devido à boa resposta à terapia imunossupressora. A biópsia hepática revelou hepatite crônica em atividade moderada com infiltrado inflamatório crônico. Aos novos exames laboratoriais apresentou redução significativa das bilirrubinas e das aminotransferases. Manteve-se o diagnóstico de HAI. Paciente evolui bem, sem queixas, em uso de azatioprina 50mg/dia e em desmame do corticoide.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: A HAI pode simular uma hepatite viral ou tóxico-medicamentosa. Dessa forma, é necessário atenção para o raciocínio clínico e elucidação diagnóstica diante de quadros semelhantes ao apresentado.

Palavras-chave

Palavras-chave: Hepatite Autoimune; Hepatites; Icterícia.

Área

Gastroenterologia

Instituições

Complexo Hospitalar Clementino Fraga - Paraíba - Brasil

Autores

NATALIA FELIX CARVALHO, JOSÉ ROBERTO RIBEIRO NEVES FILHO, ANA LUIZA WANDERLEY BARROS E SILVA, LETÍCIA da SILVA MARQUES ELIAS, LUCAS LOBO TRIGUEIRO, JULIANA BARBOSA LIMA