Dados do Trabalho
Título
ESTENOSE PULMONAR CONGENITA: RELATO DE CASO
Fundamentação/Introdução
Estenose pulmonar (EP) valvar é um defeito congênito comum, visto em 7% de crianças com doença cardíaca congênita. É a cardiopatia congênita de evolução mais favorável, predominando casos de lesão isolada. Sendo a sobrevida de um paciente com EP valvar isolada similar à da população geral.
Objetivos
Relatar caso de paciente com história prévia de comissurotomia por EP congênita, atendido na emergência por piora de dispnéia, palpitações, tontura e dor torácica.
Delineamento e Métodos
Homem, 56 anos, portador de EP congênita submetido à comissurotomia há 34 anos, com relato de dispnéia aos mínimos esforços há 15 dias e ao repouso há 1 hora, associada à dor precordial de moderada intensidade, em aperto, localizada, sem irradiação, piora ao movimento e melhora ao repouso. Além de tontura, sudorese e palpitações, sintomas presentes desde a infância. Na admissão, sinais vitais estáveis, ritmo cardíaco irregular, sopro sistólico precordial, irradiando para fúrcula, intensidade 5+/6+, ictus palpável. Pulsação visível em fúrcula e turgência jugular. Pulmões limpos, hepatomegalia, com refluxo hepatojugular. Edema simétrico de membros inferiores, 3+/4+. Eletrocardiograma revelando extrassístoles, eixo desviado para direita, sobrecarga biatrial, fibrilação atrial, bloqueio atrioventricular de primeiro grau. Marcadores de necrose miocárdica negativos. Radiografia e tomografia de tórax, com dilatações de tronco da artéria pulmonar (AP), AP esquerda e segmentares do lobo inferior esquerdo, e de câmaras cardíacas direitas.
Resultados
Ecocardiograma transesofágico com dilatação e hipertrofia de paredes de câmaras direitas; função sistólica do VD reduzida; ventrículo esquerdo (VE) sem alterações; dilatação importante da AP e seus ramos; valva pulmonar espessada com abertura reduzida, gradiente máximo 58mmHg e refluxo moderado; fração de ejeção normal; insuficiência pulmonar importante, aórtica discreta, tricúspide e mitral moderadas. Cateterismo cardíaco, com resultado mantido de comissurotomia pulmonar prévia; artérias coronárias isentas de ateromatose significativa; VE sem alterações; VD hipertrófico. No 6º dia do internamento evoluiu com piora da dispneia, taquicardia atrial e hipotensão, sendo revertida com cardioversão elétrica sincronizada. Paciente evoluiu com melhora clínica e aguarda abordagem cirúrgica.
Conclusões/Considerações finais
Nota-se a importância do diagnóstico precoce da EP, para resolução rápida com melhora da qualidade de vida e redução da morbimortalidade.
Palavras-chave
Estenose pulmonar; comissurotomia; cardiopatia congênita
Área
Cardiologia
Instituições
Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco - PROCAPE - Pernambuco - Brasil
Autores
VIRGINIA MONTEIRO MACIEL LYRA, CARLOS HENRIQUE MONTEIRO MACIEL LYRA, RAFAELA MONTEIRO MACIEL LYRA, WELLIANY BISPO DE SANTANA