Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

POLINEUROPATIA INFLAMATORIA DESMIELINIZANTE CRONICA (PIDC) COMO SINDROME PARANEOPLASICA SECUNDARIA A CARCINOMA RENAL DE CELULAS CLARAS

Fundamentação/Introdução

A Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Crônica (PIDC) é uma neuropatia imunomediada adquirida que afeta os nervos periféricos e as raízes nervosas. A PIDC típica é caracterizada por uma neuropatia periférica simétrica, com predominância motora que causa fraqueza proximal e distal, comprometimento sensorial e arreflexia. O diagnóstico é confirmado através de Eletroneuromiografia (ENMG) ou biópsia do nervo. É importante ressaltar ainda a possível relação entre condições sistêmicas e PIDC. Dentre estas, há associação rara com o Carcinoma Renal de Células Claras (CRCC). O tratamento consiste em Imunoglobulina Humana (IVIG), plasmaférese ou glicocorticoides, além do tratamento de possíveis fatores causais associados.

Objetivos

Relatar o caso de PIDC secundária à CRCC

Delineamento e Métodos

Mulher, 60 anos, internada para investigar perda ponderal não intencional de 40%, diminuição de força em membros inferiores (MMII) e retenção urinária e fecal, de início há 1 ano. Realizou Ultrassonografia de aparelho urinário, que evidenciou área ovalada hipoecoica, 3,5 x 3,0 cm, em Rim Esquerdo. Tomografia de Abdômen evidenciou formação expansiva em terço médio/inferior do rim esquerdo, heterogênea, 5,3 x 4,8 cm, sem invasão vascular. Paciente foi submetida à Nefrectomia Radical Esquerda Laparoscópica. Histopatológico compatível com CRCC. Concomitantemente, realizamos investigação de parestesias e déficit de força em MMII, que a impediam de deambular, além de retenção urinária e fecal. Ressonância de Neuroeixo normal. Líquor com discreta dissociação proteíno celular (3 células; proteínas totais de 54,3). ENMG evidenciou PIDC com Comprometimento Axonal Secundário. Iniciada IVIG 0,4g/kg/dia por 5 dias e repetida após 2 meses.

Resultados

Paciente evoluiu com melhora objetiva da força em MMII uma semana após nefrectomia e seguiu em melhora, chegando a deambular com apoio após 4 meses, porém sem recuperação funcional completa.

Conclusões/Considerações finais

Ressaltamos, portanto, a importância de um diagnóstico precoce de PIDC, a fim de evitar lesão axonal irreversível. Deve-se também atentar para a possibilidade da PIDC como manifestação de síndrome paraneoplásica, principalmente em pacientes idosos e com outros sinais ou sintomas sugestivos de malignidade.

Palavras-chave

POLINEUROPATIA INFLAMATÓRIA DESMIELINIZANTE CRÔNICA
CARCINOMA RENAL DE CÉLULAS CLARAS
SÍNDROME PARANEOPLÁSICA

Área

Clínica Médica Geral

Instituições

HC- UFPE - Pernambuco - Brasil

Autores

PRISCILA MARIA TEIXEIRA AROUCHA, Marcella Markman de Almeida, Júlio Zoé de Medeiros Brito, Helena Teixeira Araújo da Silva, Tácio Salamé Herszenhorn, Christyanne Maria Rodrigues Barreto de Assis