Dados do Trabalho
Título
Internamentos e Óbitos Causados por Fratura de Fêmur em Idosos no Norte e Nordeste do Brasil: Análise Epidemiológica
Fundamentação/Introdução
O fêmur, um dos ossos humanos mais resistentes, pode, na população idosa, ser fraturado em traumas de pequena energia, como em quedas da própria altura¹, e levar à incapacidade funcional. Os casos dessa fratura aumentaram em decorrência da expansão percentual de idosos brasileiros (7,2% em 2010 para 9,8% em 2020²) e, assim, elevam-se os gastos hospitalares³, o que constitui um problema de saúde pública por onerar este sistema⁴.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico de idosos internados ou que foram a óbito por fratura de fêmur no Norte e Nordeste do Brasil.
Delineamento e Métodos
É um estudo descritivo, quantitativo, epidemiológico, com dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), sobre fraturas de fêmur, de Janeiro de 2010 a Dezembro de 2020.
Buscou-se a morbidade por meio da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, CID 10 S72. A população é a idosa, a partir de 65 anos, com fratura de fêmur, internada em rede hospitalar do Norte e/ou Nordeste do Brasil, registrada no formulário eletrônico do SIH/SUS.
As variáveis estudadas foram: número de pacientes internados, média de permanência hospitalar, óbitos, faixa etária, sexo e cor/raça. Os dados foram armazenados no programa Microsoft Office Excel para análise.
Resultados
Revelaram-se 92724 internações por fratura de fêmur na região Norte e Nordeste, entre 2010 e 2020, com permanência hospitalar média de 10 dias, e 3679 óbitos - mortalidade próxima a 3,97%.
As internações e óbitos sofreram aumento progressivo de 117,19% e 114%, respectivamente, comparando-se 2010 a 2020.
A maioria das internações (67,93%) e óbitos (66,75%) foi do sexo feminino, com mortalidade de 3,89%, inferior à masculina, de 4,11%.
Predominaram internações (47,9%) e óbitos (69,93%) de idosos com 80 anos ou mais, cuja mortalidade (5,79%) é quase o dobro entre 75 e 79 anos (2,74%), e quase o quádruplo entre 60 e 64 anos (1,43%).
Quase metade das vítimas eram pardas, tanto nas internações (45,65%) quanto nos óbitos (40,01%). Contudo, a maior mortalidade foi da população preta (5,03%), com 1,11% de internações. A cor/raça menos atingida foi a indígena, com 0,02% de óbitos e 0,06% de internações.
Conclusões/Considerações finais
A fratura de fêmur em idosos é uma importante causa de óbitos e internações no Norte e Nordeste e constitui um problema de saúde pública. O aumento de casos no período demonstra a necessidade de investimentos no cuidado e prevenção dessa lesão.
Área
Urgência e Emergência
Instituições
Universidade Federal da Bahia - Bahia - Brasil
Autores
LEVI CARDOZO SANTOS, Cárita Victória Carvalho de Santana, Letícia de Oliveira Lima, Pedro Henrique C A Pedrosa, Davi Neri Araújo, André Gusmão Cunha