Dados do Trabalho
Título
PRIMEIRO CASO NOTIFICADO DE MALARIA AUTOCTONE POR PLASMODIUM VIVAX NO MUNICIPIO DO CONDE – PARAIBA/BRASIL
Fundamentação/Introdução
A malária é uma doença parasitária de evolução aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium. Segundo o Ministério da Saúde, os casos já registrados na Paraíba, anteriormente, são importados de outras áreas.
Objetivos
Descrever a evolução clínica do primeiro caso notificado de Malária por Plasmodium vivax na Paraíba.
Delineamento e Métodos
J. F. B., 35 anos, sexo feminino, moradora do distrito Jacumã, Município do Conde/PB, deu entrada no Hospital Edson Ramalho em março de 2019, queixando-se de dor no quadril, pernas e joelho, febre de 40°C, dormência e tremores há 6 dias. No exame físico, foi observado abdome flácido e doloroso à palpação no hipocôndrio direito e epigástrio. Ademais, relatou cefaleia intensa, com exame Dengue antígeno S1 negativo e plaquetas de 52.000/mm³.
Resultados
A paciente foi transferida para o Hospital Universitário Lauro Wanderley, com suspeita de dengue e sinais de alarme, onde foi confirmada a infecção pelo P. vivax através do teste rápido de malária e no exame de gota espessa ++, 18 parasitas por campo, 9.000 parasitos/mm3, com imunocromatografia positiva para Plasmodium não falciparum. Ela não possuía histórico de transfusão sanguínea nem viagens, tendo adquirido a doença no município onde mora. O tratamento foi iniciado com antimaláricos (cloroquina e primaquina), além de cloridrato de tramadol e ranitidina. Três dias depois, teve piora no quadro clínico com náusea e perda do apetite devido a dor abdominal e dificuldade em respirar, que melhorou após a administração de butilbrometo de escopolamina, diminuindo a mialgia e a cefaleia. No entanto, permaneceu a dor abdominal com evolução de dispneia, bem como icterícia e desidratação. O ultrassom abdominal total mostrou hepatoesplenomegalia, assim, foi administrada a Cefepima. Após 11 dias de internação, com a melhora no quadro clínico, a paciente recebeu alta hospitalar.
Conclusões/Considerações finais
Na área extra-amazônica, como o Estado da Paraíba, é mister que as atividades permanentes de vigilância (epidemiológica, entomológica e ambiental) sejam desenvolvidas para evitar a instalação desta doença. É essencial a avaliação de vulnerabilidades e suscetibilidades nos diferentes Municípios, viabilizando o diagnóstico rápido para tratamento adequado. Também é crucial o mapeamento das áreas de risco, além do monitoramento das espécies potencialmente vetoras da doença, já que existe um risco da reintrodução do plasmódio e reemergência da malária em áreas hoje consideradas sob controle.
Palavras-chave
Malária; Plasmodium vivax; Transmissão autóctone; Infectologia.
Área
Infectologia
Instituições
Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil
Autores
ANA BEATRIZ TORRES FIGUEIREDO DE LACERDA, Glaucielle Ramalho Uchoa, Júlia Albuquerque de Luna, Fabiana Maia Gonçalves, Clarissa Barros Madruga, Marília Gabriela dos Santos Cavalcanti