Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PILEFLEBITE COMO COMPLICAÇAO ATIPICA DE PIELONEFRITE AGUDA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A pileflebite ou tromboflebite séptica do sistema venoso portal é uma complicação incomum e grave das infecções intra-abdominais que drenam para a veia porta. Ocorre em associação com cateterização venosa com embolização séptica ou por infecções primárias adjacentes. O diagnóstico desta condição é frequentemente tardio, uma vez que é necessário uma forte suspeita clínica associada a achados de exames de imagem.

Objetivos

Descrever caso e realizar levantamento bibliográfico sobre pileflebite como complicação atípica de pielonefrite aguda.

Delineamento e Métodos

Feminino, 20 anos, diabética tipo 1 e hipotireoidea, admitida com história de dor abdominal difusa associada a náuseas, vômitos, hiporexia, febre e distensão abdominal há 2 meses da admissão. Realizou ultrassonografia (USG) de abdome que evidenciou moderada ascite, hepatomegalia e imagens sugestivas de abscesso hepático.

Resultados

Em tomografia computadorizada (TC) de abdome com contraste havia falha de enchimento de todo o sistema porta e das veias mesentérica superior e esplênica, sugerindo pileflebite, além de 3 imagens compatíveis com abscesso hepático e achados característicos de pielonefrite bilateral. Foi realizada drenagem do abscesso e terapia antibiótica (ceftriaxona + metronidazol). Após 15 dias, USG abdominal evidenciou nova coleção intra-hepática, sendo modificada a antibioticoterapia para meropenem e vancomicina e realizada mais uma drenagem. Em TC de abdome com contraste de controle, além das alterações já citadas, apresentou transformação cavernomatosa. Ambas as culturas de abscesso foram negativas e não foram encontradas infecções intra-abdominais ou pélvicas que justificassem o quadro, mas devido à persistência de febre e de outros sinais infecciosos, foram associados fluconazol e amicacina ao esquema prévio, empiricamente. A terapia antimicrobiana foi suspensa após 30 dias de uso, pois a paciente evoluiu com melhora clínica e redução dos abscessos nos exames de imagem, concomitante ao aparecimento de transformação cavernomatosa.

Conclusões/Considerações finais

A tromboflebite séptica do sistema venoso portal é uma complicação rara principalmente quando não encontrada associação a um quadro infeccioso típico (apendicite, diverticulite, infecções pélvicas), sendo um desafio diagnóstico e terapêutico. A terapia antibiótica iniciada precocemente reduz a mortalidade, sabidamente alta nessa condição, de cerca de 25%.

Palavras-chave

“thrombophlebitis”; “abscesso hepático”; “portal vein”.

Área

Clínica Médica Geral

Instituições

HOSPITAL MARIA LUCINDA - Pernambuco - Brasil

Autores

CARLOS ALBERTO TENORIO DE ARAUJO III, ANA CLARA SILVA DE ANDRADE, ESTEPHANI SOUZA MENDONÇA, CAROLINA CAVALCANTI BEZERRA, ISABELA CARVALHO DE AQUINO, BERNARDO TIMES DE CARVALHO