Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

LINFOMA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL EM PACIENTE HIV-POSITIVO: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO:
A imunossupressão é um fator de risco primordial para evolução do Linfoma Primário do Sistema Nervoso Central (LPSNC). O retardo do diagnóstico ocorre devido à apresentação inespecífica dos sintomas. Em portadores de HIV, a incidência de LPSNC é 3.600 vezes maior em relação à população geral.

Objetivos

OBJETIVO: Identificar a importância do diagnóstico em pacientes HIV positivo com sintomas neurológicos.

Delineamento e Métodos

RELATO DE CASO:
Homem, 51 anos, HIV positivo acompanhado desde 2009 (carga viral indetectável; CD4 53), diagnosticado com Linfoma não-Hodgkin de grandes células B em 2011 por biópsia de linfonodo cervical e entrou em remissão após Quimioterapia (QT).
Desde 2011, paciente apresentava cefaleia com características secundárias. Realizou Ressonância Magnética (RM) de crânio em 01/2019, que mostrou leucomicroangiopatia (Fazekas I). Submetido à punção lombar em 07/2019, que evidenciou 94% de células sugestivas de blastos. Entretanto, paciente perdeu seguimento médico, até que evoluiu em 12/2019 com crises de cefaleia intensa, tipo frontal, com fonofobia, escotomas e diplopia, sem náuseas e vômitos. Em que foi internado após alguns dias por agravamento do quadro, associado à confusão mental e desorientação.
A RM de crânio de 01/2020 mostrou lesão expansiva globosa de 4,0 x 3,3 x 3,5cm em região frontal esquerda, com isossinal em T1 e sinal heterogêneo em T2. Ademais, revelou realce heterogêneo por contraste, áreas centrais necróticas/liquefeitas e focos de hipossinal, indicando calcificação ou hemorragia. A massa determinou moderado edema vasogênico circunjacente e desvio da linha média de 7mm.
Realizou terapia empírica para neurotoxoplasmose devido a alta prevalência em imunossuprimidos. Foi indicada dexametasona para citorredução e controle de edema cerebral.

Resultados

Paciente apresentou melhora do quadro clínico e teve redução do edema e da lesão, possibilitando a realização da biópsia estereotáxica, em 03/2020, para definição histológica, que confirmou linfoma não Hodgkin B difuso de grandes células. A QT não foi tolerada, por isso, foi encaminhado para radioterapia.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÃO:
Dessa forma, nota-se extrema relevância da investigação acerca dos sintomas neurológicos em pacientes imunossuprimidos, visto que há diversos diagnósticos diferenciais, sendo, portanto, essencial avaliar a história clínica, exame neurológico, exames de imagem e análise do líquor para estabelecer o diagnóstico e instituir uma conduta terapêutica adequada.

Palavras-chave

Palavras-Chave: Linfoma Primário do Sistema Nervoso Central; Diagnóstico; HIV.

Área

Hematologia

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO CHRISTUS - Ceará - Brasil, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO - Ceará - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - Ceará - Brasil

Autores

MARIANA TOMAZ PINHEIRO, JULIANA TOMAZ PINHEIRO, YURI MEDEIROS BEZERRA, RAQUEL DE PONTES MEDEIROS BARROSO, TAINÁ DUARTE HOLANDA, GABRIELA NEVES BRINGEL