Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SINDROME POLIGLANDULAR AUTOIMUNE TIPO III: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Introdução: A Síndrome Poliglandular Autoimune tipo III (SPA-III) é caracterizada pela associação entre doenças autoimunes de tireoide (DAT) e outros distúrbios autoimunes, podendo ser classificada em subgrupos de acordo com as demais disfunções relacionadas: doenças endócrinas; alterações no trato gastrointestinal; problemas na pele ou em sistemas hematopoiético e nervoso; vasculite ou doenças do colágeno.

Objetivos

Relato de Caso: Paciente V.P.D.N., sexo feminino, 40 anos, era acompanhada por endocrinologista devido a diabetes gestacional e hipotireoidismo subclínico, secundário a Tireoidite de Hashimoto, sendo tratada apenas durante a gestação (2013).

Delineamento e Métodos

Entre dezembro de 2017 e junho de 2018, após cerca de quatro anos, a paciente apresentou novamente hipotireoidismo subclínico e, devido a sintomas persistentes de queda de cabelo, fadiga e ganho de 5 kg de peso corporal (peso: 71.4 kg; Índice de Massa Corporal: 25.6 kg/m2), foi iniciado o tratamento com levotiroxina 37.5 mcg e ajustado posteriormente para 50 mcg. Além disso, a paciente relatava que havia iniciado acompanhamento com reumatologista devido a artralgia e marcadores de doença autoimune reumatológica positivos (FAN e anti-SSA/Ro), ainda sem diagnóstico preciso. Nesse mesmo tempo, apresentou níveis séricos de vitamina B12 reduzidos (62.8 pg/mL). Foi solicitado antifator intrínseco (valores dentro da normalidade) e anticorpo anticélula parietal (reagente).

Resultados

A paciente foi encaminhada para o hematologista, quando se apontou o diagnóstico de anemia perniciosa, sendo iniciada a reposição de vitamina B12. Em julho de 2018, apresentava-se sem queixas e com perda de 6.4 kg (peso: 65 kg). Já em fevereiro de 2020, relatou dispepsia no primeiro trimestre de 2019 e diagnóstico de gastrite atrófica após avaliação com gastroenterologista. Ainda, trazia exames de novembro de 2019, com TSH de 0.81 uUI/mL, T4 livre de 1.19 ng/dL, anticorpo antiperoxidase (anti-TPO) de 27.5 UI/ml (normal até 9 UI/ml) e vitamina B12 de 278 pg/mL. Diante da preocupação quanto ao quadro gastrointestinal, houve maior perda de peso (peso: 61 kg) e foram iniciados acompanhamento e tratamento com psiquiatra.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: A incidência das DAT é de cerca de 7 a 8% na população, dos quais 52% compreendem uma forma de classificação da SPA tipo III. Nesse sentido, o presente caso aponta a importância do diagnóstico precoce e da adoção de medidas terapêuticas adequadas para um melhor prognóstico do paciente acometido.

Palavras-chave

Poliendocrinopatias Autoimunes; Gastrite Atrófica; Anemia Perniciosa.

Área

Endocrinologia

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil, Universidade Federal de Campina Grande - Paraíba - Brasil

Autores

KAMILLA AZEVEDO BRINGEL, GLAUDIR DONATO PINTO JÚNIOR, VINÍCIUS ALMEIDA DA NÓBREGA, NARA NÓBREGA CRISPIM CARVALHO