Dados do Trabalho
Título
ASPERGILOMA EM PACIENTE COM TUBERCULOSE PULMONAR E DIAGNOSTICO DIFERENCIAL FRENTE A PANDEMIA DA COVID-19
Fundamentação/Introdução
Com 71 mil novos casos por ano, a tuberculose (TB) é uma das prioridades do Ministério da Saúde do Brasil desde 2003. Dentre as complicações possíveis, a aspergilose é uma das mais comuns, com apresentações clinicas diversas, a depender do estado imunológico do paciente. Os sintomas mais comuns são dispneia e hemoptise. A formação de bola fúngica pulmonar intracavitária (aspergiloma) resulta da colonização localizada de um espaço aéreo pré-formado ou natural. Ocorre predominantemente em 10% a 20% das cavernas tuberculosas saneadas.
Objetivos
Relatar caso de paciente com sintomas respiratórios compatíveis com infecção pelo Sars-cov-2, com diagnostico incidental de tuberculose e aspergiloma.
Delineamento e Métodos
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Resultados
Apresentação do Caso: Mulher, 65 anos, deu entrada no serviço de emergência com história de dor torácica bilateral, em queimação, irradiando para o dorso bilateralmente, sem relação com esforço ou estresse, associada a febre (não aferida), iniciada cerca de 7 dias antes do internamento. Queixava-se, ainda, de hemoptise com início 2 dias antes da procura médica. Inicialmente, a hipótese diagnóstica foi infecção respiratória pelo Sars-cov-2, confirmada por teste de PCR. Deu-se início a antibioticoterapia, bem como o uso de hidroxicloroquina e ivermectina. Tomografias de tórax constataram cavitações de tamanhos variados nos ápices pulmonares, bronquiectasias e distorções da arquitetura brônquica. A análise da traqueia mostrou pequena quantidade de secreção purulenta, que, associada às retrações nos lobos superior e inferior, indicavam hipótese de aspergilose e tuberculose prévia, sendo essa última não tratada. A conduta adotada foi a prescrição de Anfotericina B em dias alternados e esquema RIPE. A paciente evoluiu com importante melhora clínica.
Conclusões/Considerações finais
A infecção em nível pandêmico pelo vírus Sars-cov-2 no ano de 2020 fez surgir protocolos de internamento de sintomas respiratórios graves ou mesmo leves mas em pacientes com comorbidades prévias que seriam considerados de alto risco de morbimortalidade. Dessa forma, fez-se possível também o diagnóstico de outras doenças previamente negligenciadas tanto pelo paciente quanto pelos serviços de saúde. O tratamento da bola fungica é muito discutido nos dias atuais, quando se tem a vertente pró lobectomia versus tratamento clinico prolongado.
Palavras-chave
Aspergilose; COVID-19; Tuberculose.
Área
Infectologia
Instituições
Hospital Agamenon Magalhães - Pernambuco - Brasil
Autores
LETICIA DE ARAUJO CARVALHO, Caroline de Araújo Carvalho, Larissa Lopes de França Oliveira , Lhaise Hellen Rocha Gama, Vitor Fernandes Carvalho