Dados do Trabalho
Título
PENFIGO VULGAR: IMPLICAÇOES DO DIAGNOSTICO TARDIO EM MULHER JOVEM
Fundamentação/Introdução
INTRODUÇÃO: O pênfigo vulgar constitui uma entidade clínica de rara incidência, mais entre a quarta e sexta décadas de vida, representando uma patologia intradérmica e com apresentação clínica mucocutânea. A patogenia envolve fatores genéticos e ambientais pouco esclarecidos. Pela gravidade, o diagnóstico e tratamento precoces são imprescindíveis, havendo-se amplo impacto nos casos de retardo.
Objetivos
OBJETIVO: Relatar um caso de exuberância clínica de pênfigo vulgar em faixa etária incomum, com atraso na busca pelo serviço de saúde e repercussões advindas.
Delineamento e Métodos
CASO: Mulher, 19 anos, residente de área de transição urbano-rural, é admitida em hospital de referência com a queixa de bolhas pelo corpo há dois meses. Inicialmente, uma bolha única em região torácica cedeu lugar a inúmeras outras lesões vesicobolhosas, em tronco e membros. Relatou-se prurido, eritema e calor na área acometida, com extensão para mucosas oral e genital. Após um mês e meio, ficou evidente edema de membros inferiores, evoluindo para edema de face dez dias depois. Ainda, explana-se uso de amoxicilina há pouco mais de dois meses e se nega etilismo, uso de outras drogas e alergias.
Resultados
A primeira procura pelo serviço de saúde ocorreu apenas na vigência da anasarca, com crença de que a cura das lesões ocorreria por um milagre. Outrossim, o exame físico atestou regular estado geral e úlceras aftosas em cavidade oral, com prejuízo à deglutição. Ainda, notaram-se bolhas flácidas, erosões em vermelho rutilante e crostas hemáticas com desprendimento epidérmico, constatando-se o sinal de Nikolsky positivo e infecção secundária. Foi solicitado o internamento, suporte, exames laboratoriais e prescrito oxacilina e ceftriaxona. Foi realizada biópsia de bolha intacta em dorso, com análise compatível com pênfigo vulgar e mudança de antibioticoterapia para vancomicina para infecção associada. A usuária foi tratada, ainda, com prednisona, hidroxizina e coberturas, bem como com dapsona, evoluindo com melhora clínica pronunciada e remissão do quadro.
Conclusões/Considerações finais
CONCLUSÃO: A entidade clínica, já rara, foi observada em jovem, conferindo ainda mais atipia. O estabelecimento da infecção secundária e a influência de questões de dimensão religiosa evidenciam um retardo no diagnóstico que acentuou a gravidade do quadro. Portanto, é imperativa a atenção dos serviços para avaliação do paciente com lesões de pele e seus vastos diagnósticos diferenciais, com adequado manejo terapêutico e redução de complicações.
Palavras-chave
Palavras-chave: pênfigo vulgar; buloses; infecção secundária; desafio diagnóstico.
Área
Dermatologia
Instituições
UFRN - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
BRENO VINICIUS DIAS DE SOUZA, LAUANDA ÊNIA DE MEDEIROS ROCHA, LAURA ALÍCIA MORAIS LIMA OLIVEIRA, DIEGO HENRIQUE BRILHANTE DE MEDEIROS