Congresso Norte-Nordeste de Clínica Médica e Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ACOMETIDOS POR ESQUISTOSSOMOSE NO ESTADO DE PERNAMBUCO: UM ESTUDO DOCUMENTAL

Fundamentação/Introdução

A esquistossomose mansônica, doença parasitária causada pelo helminto Schistosoma mansoni, é um relevante problema de saúde pública sobre o qual há um escassez de estudos epidemiológicos.

Objetivos

Investigar o perfil epidemiológico de acometidos por esquistossomose mansônica em Pernambuco entre 2013 e 2017.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, documental, quantitativo, com dados oriundos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Analisou-se os casos por ano, sexo, faixa etária, escolaridade, zona de residência e evolução clínica. Calculou-se a taxa de letalidade com o teste Qui-Quadrado de independência e foram analisados os resíduos ajustados. Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos.

Resultados

1389 casos foram confirmados, sua maioria no ano de 2015 (26,1%), 2014 (22%), 2013 (20,6%), 2016 (17,4%) e 2017 (13,9%). O sexo masculino foi mais acometido (54,9%), bem como a faixa etária de 20 a 39 anos (34,1%), seguido de 40 a 59 anos (31,9%), 60 a 69 anos (12,9%), 70 a 79 anos (8,1%), a partir de 80 anos (4,5%), 15 a 19 anos (3,5%), 10 a 14 anos (2,2%), 5 a 9 anos (1,5%), 1 a 4 anos (0,7%) e menos de 1 ano (0,6%). A maioria dos indivíduos (36,1%) possuía baixo nível de escolaridade, seguido de média/alta escolaridade (16,3%) e sem escolaridade (9,7%). Em 36,1% dos casos ignorou-se esse dado e em 1,8% era inaplicado. Os indivíduos residiam sobretudo em zona urbana/periurbana (74,4%) e 19,9% na zona rural, dado ignorado em 5,7% da amostra. 45,1% dos indivíduos foram curados, 8,7% vieram à óbito por esquistossomose, 8,1% por outras causas, 4,2% não apresentou cura e 33,9% tiveram seu desfecho clínico ignorado. A taxa de letalidade foi de 8,7%. Ao se analisar a presença de cura não foi encontrada associação ao sexo (p=0,134), zona de residência urbana/periurbana e rural (p=0,996), mas sim para faixas etárias: positivamente a indivíduos de 20-59 anos, negativamente em idosos (a partir de 60 anos) e indiferente até 19 anos (p=0,001).

Conclusões/Considerações finais

A maioria dos casos ocorreu em 2015. O perfil dominante de acometidos foi sexo masculino, de 20 a 39 anos, baixa escolaridade, residentes na zona urbana/periurbana, e curados. A cura foi associada positivamente a idade adulta 20-59 anos e negativamente a idosos. O alto número de casos, a alta taxa de letalidade paralela ao mau prognóstico associado à idade, apontam a necessidade de melhorias sanitárias e ambientais.

Palavras-chave

Esquistossomose mansônica; Schistosoma mansoni; Epidemiologia.

Área

Infectologia

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil

Autores

JOAO MARCAL MEDEIROS DE SOUSA, Vanessa Santos de Arruda Barbosa, Francisco Patricio de Andrade Júnior